ISBN: 978-65-87289-36-6 | Redes sociais da ABA:
Simpósio Especial (SE)
SE 05: Antropologia visual, re-existências e mundo porvir
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Coordenação:
Fabiana Bruno (IFCH-Departamento Antropologia/ LA'GRIMA)
Luis Felipe Kojima Hirano (UFG)

Sessão 1 - Imagens emergentes e futuros ancestrais

Participante(s):
Edgar Nunes Corrêa (UFMG)
Ruben Caixeta de Queiroz (UFMG)
Rumi Regina Kubo (UFRGS)
Debatedor(a):
Ana Lúcia Marques Camargo Ferraz (UFF)

Sessão 2 - Imagens vivas e telas plurais

Participante(s):
Patrícia dos Santos Pinheiro (UFPB)
Pedro David de Oliveira Castello Branco (art)
Rafael Victorino Devos (UFSC)
Debatedor(a):
Anelise dos Santos Gutterres (UFRJ)

Sessão 3 - Roda de Conversa|Transversalidades entre artes, antropologias e saberes

Participante(s):
Bárbara Andréa Silva Copque (UERJ)
Ralyanara Moreira Freire (Ciranda da Arte/Seduc-GO)
Tatiana Helena Lotierzo Hirano (USP)
Viviane Vedana (UFSC)

Resumo:
Pretendemos discutir os desafios e as re-existências da antropologia visual diante das múltiplas crises em mundos porvir. Nesse sentido, buscaremos debater sobre a potencialidade das imagens para frutificar futuros ancestrais mais que humanas e telas plurais, em um diálogo transversal entre cinema, fotografia, desenho, entre outras grafias, como modo de imaginar "ideias para adiar o fim do mundo" (Krenak). Para tanto, este Simpósio terá a seguinte composição. A primeira mesa "Imagens emergentes e futuros ancestrais", pretende discutir a produção visual indígena abordando cinema, fotografia e desenho com a presença de Rubem Caixeta (UFMG), Edgar Xakriaba (Povo Xakriabá), Tatiana Lotierzo (USP), Rumi Kubo (UFRGS) e Ana Lúcia Ferraz (UFF). A segunda mesa, "Imagens vivas e telas plurais" abordará pesquisas audiovisuais, sobre mais humanos, povos negros e quilobolas. Será composta por Rafael Devos (UFSC), Patricia Pinheiro (UFPB), Pedro Davi (Curador Festival de Tiradentes), Luis Felipe Hirano (UFG) e Anelise Guterres (MN/UFRJ). Por fim, a roda de conversa, intitulada Transversalidades entre artes, antropologias e saberes visa travar um diálogo entre diferentes formas expressivas, a relação com a antropologia e outros saberes como os dos indígenas, negros, jangadeiros e coletivo de mulheres arpilleiras. Contaremos com Viviane Vedana (UFSC), Barbara Copque (UERJ) e Ralyanara Freire (SEDUC) e com a mediação de Fabiana Bruno (Unicamp).

Trabalho para SE - Simpósio Especial
Câmera Arco, Imagem Flecha
Edgar Nunes Corrêa (UFMG)
Resumo: Os povos indígenas no Brasil vem ao longo do tempo passando por uma nova retomada de apropriação de espaço, assim como o território é a base da garantia da manutenção sociocultural e continuação de ser o que somos, há uma certa necessidade de se ter uma forma que garanta tal sustento. Dentre diversos meios e possibilidades, surge uma nova ferramenta de luta que é o audiovisual, especificamente a fotografia, visto por muitas comunidades indígenas como um “mal necessário”. Por um lado a chegada dessas novas tecnologia é vista como uma má influência na cultura do povo, por outro lado há um certo desejo para que se usa esta nova “arma” a favor da luta e garantia dos direitos dos povos indígenas. Mas, o que implica numa comunidade indígena ter uma arma “emprestada” pelo “outro” e aos poucos se (re) apropriar desta ferramenta afim de usar à partir do seu ponto de vista proprio. Estas são umas das principais questões que surgem nos debates entre indígenas cineastas, fotógrafos, artistas. A partir daí podemos refletir sobre essas questões, quais são as implicações que se faz da imagem/alma/espírito, - ou como dito em Akwē Xakriabá, HÊMBA - a partir do ponto de vista propriamente indígena, não somente através da lente mas que atravessa ela. O que estou chamando de “Etnovisão” é justamente o ponto de vista sobre o nosso mundo indígena e o mundo do “outro” visto à partir da “objetiva” deste corpo-câmera.

Trabalho para SE - Simpósio Especial
Navio do sertão: as memórias quilombolas em uma poética das águas
Patrícia dos Santos Pinheiro (UFPB)
Resumo: A história e paisagens do sertão paraibano têm sido uma importante fonte de inspiração e de elaboração estética nas artes. Uma paisagem árida e um povo sofrido, invariavelmente despontam à primeira vista. Mas é também no Alto Sertão, município de Coremas, que fica o maior reservatório de água do estado da Paraíba – o Complexo Estevam Marinho, que já foi o maior do Brasil, antes da construção da hidrelétrica de Itaipu Binacional. Nele, há um navio submerso. Na virada do século 19 para o 20, época de grandes secas na região, o poder central de um Brasil ainda sendo construído como nação dá início aos estudos para barrar os rios e construir essa obra monumental na paisagem sertaneja. De moradores nas fazendas, em condições de privação de liberdade, ou flagelados, fugindo das secas, a trabalhadores em condições precárias, o curso da população de toda a região foi alterado, atraídos pela possibilidade de empregos e a pequena cidade passou a ser um centro pulsante a partir da atuação intensa de um órgão federal hoje sucateado, o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS). Antes da obra, as fazendas de algodão e de gado povoavam a região, alicerçando uma economia escravista marcada pelo mando dos coronéis. É nesse contexto que ficava um quilombo centenário chamado Navio, repleto de plantios nas vazantes do rio Aguiar e abrigava mais de 200 famílias. Essas pessoas, antes trabalhadores das fazendas, se tornaram operários das obras, em condições precárias, com a promessa de realocação ao redor do açude, que se deu de modo incompleto e sem títulos de terras. Nos anos 2000, a esperança se renova com a possibilidade de reconhecimento das comunidades quilombolas que se formaram desses e outros deslocamentos, a partir dos direitos garantidos na Constituição de 1988 de regularização fundiária. Entre as 3591 comunidades quilombolas remanescentes legalmente reconhecidas e certificadas no Brasil, segundo o critério de auto-identificação, assegurado pela Convenção 169 da OIT, três se localizam em Coremas: Mãe d’água, Cruz da Tereza e Barreiras, conectadas pelas águas do açude. A despeito das contínuas violências que sofrem, esses territórios são também objeto de reflexão cultural e social sobre os mundos nos quais nos situamos e compõe o cenário da série documental Navio do Sertão. Apesar das mazelas, foi possível construir complexos conhecimentos sobre o ambiente sertanejo e sobre expressões culturais, contada através das águas por seus narradores, como Zé Pequeno, Francisca, Tereza, Chico Preto, Damiana e Desterro, que guardam as histórias com uma minúcia de detalhes. Mostrar essas narrativas que atravessam gerações também permite enfatizar imaginários sobre o Nordeste que vão além das secas e violência, mas sim percorrem uma poética das águas.

Trabalho para SE - Simpósio Especial
Naufrágios, pneus, parrachos, riscas e outros pesqueiros: audiovisual e percepção embarcada no Rio Grande do Norte e Paraíba.
Rafael Victorino Devos (UFSC), Viviane Vedana (UFSC), Gabriel Coutinho Barbosa (UFSC)
Resumo: Desde 2015, acompanhamos pescadores que navegam em jangadas pela costa oceânica da Paraíba e do Rio Grande do Norte, desenvolvendo dispositivos de produção audiovisual a partir de suas habilidades perceptuais e artes de notar: seus modos de conhecer dinâmicas ambientais que emergem no encontro de pesqueiros no interior da plataforma continental oceânica, através de suas embarcações e instrumentos de pesca. Retornando a campo em 2023, imaginávamos encontrar em evidência as marcas na pesca artesanal de eventos críticos, como a pandemia de Covid-19 e o desastre com a chegada de manchas de óleo às praias nordestinas em 2019 e 2020. O que encontramos em campo foi a vitalidade da pesca artesanal, com as ciobas, as bicudas, os serras, as mariquitas, e outros peixes no convés das jangadas e na cadeia de comércio na praia. Mas encontramos também ausências sentidas, de mestres de navegação cuja saúde não teve a mesma capacidade de renovação das embarcações e dos pesqueiros. Nessa apresentação, trago algumas reflexões sobre o que aprendemos com jangadeiros sobre a ecologia dos pesqueiros, assembleias mais que humanas de vida marinha em torno de materiais submersos, de recifes a naufrágios e outros materiais “botados”. Frequentar onde e quando “o peixe vem comer”, apresenta desafios: a navegação orientada por marcos na paisagem; o posicionamento da jangada e das linhas em confluência com a maré do peixe; acompanhar as notícias de cada pesqueiro. As escolhas de qual pesqueiro visitar levam em conta sua capacidade de se renovarem, de serem visitados por “qualidades” de peixes que frequentam gradientes de profundidade na plataforma continental, dos parrachos e tassis às riscas e paredes, próximos ou muito distantes da costa. Leva-se em conta a resistência da embarcação e do corpo dos próprios pescadores, que nem sempre se renovam, como os pesqueiros. Buscamos transpor ao audiovisual esse saber preciso sobre a vida submersa em uma antropologia mais voltada para a ação e as relações. No mar, a precisão da navegação tem que lidar com a abertura para os imprevistos da vida na maré, algo que perturba também a noção de controle expressa na ideia de dispositivo audiovisual. Essa reflexão é parte da produção do documentário Maré do peixe, que realizei junto com Gabriel Coutinho Barbosa, com edição de som de Viviane Vedana (CANOA UFSC e INCT Brasil Plural – CNPq). Com câmeras Gopro, DSLR e gravador de áudio a bordo, abaixo ou em torno das jangadas, perseguimos as artes de notar dos pescadores: em conversas enquanto refazem embarcações; em plano sequência na beira da praia seguindo suas formas de comércio; em deslocamento em paralaxe a bordo da jangada para percepção embarcada horizontal do pesqueiro; em imagens subaquáticas para percepção vertical do pesqueiro.

Trabalho para RC - Roda de Conversa
Ponto de vista: bordados e costuras para diferentes grafias em antropologia
Ralyanara Moreira Freire (Ciranda da Arte/Seduc-GO), Ralyanara Moreira Freire (Ciranda da Arte/Seduc-GO)
Resumo: Grupos de mulheres em diferentes regiões do Brasil estão criando “testemunhos” do cotidiano através de linhas, agulhas, tesouras e tecidos. Seus bordados adotam a linguagem das arpilleras confeccionadas no Chile. Ao se reunirem para bordar, as mulheres refletem sobre perdas e deslocamento forçado; sobre as novas condições de vida; fortalecem a coesão enquanto grupo; e alimentam a consciência de constituição de gênero, classe, raça e etnia. Esses processos acrescentam aos bordados, enquanto objetivação de seu modo de expressão, o sentido de denúncia feminina. Em face dessa realidade, esta conversa aborda as criações, usos e sentidos do bordado arpillera, tal como praticado por mulheres impactadas por barragens no Brasil. As apropriações e ressignificações dessa forma de expressão, disseminada pelo MAB – Movimento dos Atingidos por Barragens –, revelam experiências de perda, ao mesmo tempo em que permitem a (re)elaboração e expressão do “ponto de vista feminista” (Bairros, 1995) de cada uma das mulheres e suas famílias, empoderando-as no contexto das relações de gênero, em particular no enfrentamento de problemas emergentes nas conjunturas locais. Dessa maneira, eu focalizo os processos socioculturais e políticos relativos à criação de arpilleras no conjunto da vida cotidiana de mulheres em Altamira, estado do Pará, localizada na região do médio/baixo Xingu, assim como a circulação desses bordados para além das especificidades onde são criados. De maneira particular, o estudo antropológico foi desenvolvido com mulheres expulsas do Xingu e deslocadas compulsoriamente para Reassentamentos Urbanos Coletivos – bairros construídos na periferia da cidade pela empresa concessionária da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, Norte Energia. Com base neste apanhando, busco discutir a criação do bordado arpillera e como ele compõe o pensar-saber-fazer antropologias e pesquisas, de maneira que as peças foram acionadas como uma metodologia de realização das pesquisas de campo e como constituidoras dos processos de criação das escritas antropológicas.

Trabalho para SE - Simpósio Especial
Pé no chão, câmera na mão: o futuro ancestral dos cinemas indígenas
Ruben Caixeta de Queiroz (UFMG)
Resumo: Se os cinemas indígenas são múltiplos e coletivos, às vezes também são autorais, sem deixarem de ser ancestrais. Se "a câmera é a flecha", numa perspectiva masculina e da guerra, ela pode ser também "a cesta ou o cofo", numa perspectiva feminina e da semente. A partir da análise de alguns poucos filmes indígenas, pretendo mostrar como o movimento para "demarcar a tela" é uma ideia e uma ação para "adiar o fim do mundo". Dessa forma, o audiovisual indígena se coloca como uma comunidade de luta para reflorestar não só a mente, mas a própria terra, que foi devastada pela colonização e pelo homem branco. Por isso, em resumo, os cinemas indígenas são as flechas que apontam para a luta e a resistência, mas também são "as cestas" que coletam sementes, alimentos, memórias, rituais, cotidiano, saberes, e se conectam à terra - de volta à terra - e ao mundo vivido!

Trabalho para SE - Simpósio Especial
Encontro de saberes: reflexões entre confluências e transfluências
Rumi Regina Kubo (UFRGS), Ana Lúcia Liberato Tettamanzy (IL/UFRGS), Luciana Prass (IA/UFRGS), Marilia Beatriz Albornoz Stein (IA/UFRGS), Celina Nunes de Alcântara (IA/UFRGS), Carla Beatriz Meinerz (CLN/UFRGS), Cláudia Lu
Resumo: No processo do crescente reconhecimento da coexistência de mundos diversos e fundamentado na ideia de uma perspectiva pluriepistêmica, em 2016 a interdisciplina Encontro de Saberes foi implementada na graduação da UFRGS, almejando confrontar e provocar confluências entre modos de vida diversos. A atividade inspirou-se num projeto iniciado em 2010 pelo Instituto Nacional de Ciência e Tecnologia de Inclusão no Ensino Superior e na Pesquisa (INCTI) em parceria com a Universidade de Brasília (UnB), sob a coordenação do professor e antropólogo José Jorge de Carvalho. Pela proposta, mestras e mestres tradicionais foram convidados a ministrar aulas regulares nas universidades, configurando-se como vetores de um diálogo intercultural sistemático desde uma perspectiva pluriepistêmica. Nessa proposta pedagógica, o predomínio de uma racionalidade científica é afetada pela consideração das dimensões do corpo, do sensível, da imaginação criadora e da espiritualidade, o que pode provocar fissuras que quiçá rompem com o histórico silenciamento e desvalorização destas pessoas e seus respectivos coletivos e ainda possibilita relações com formas de vida não humanas. O presente trabalho, visa refletir sobre este processo de docência compartilhada e de partilha de saberes, sobretudo, evidenciando a centralidade das formas sensíveis e da corporalidade. Palavras-chave: Encontro de saberes, partilha do sensível, confluência

Trabalho para SE - Simpósio Especial
Kilkay, semear e amarrar pegadas: desenho-pensar como modo de conhecimento desde a própria história
Tatiana Helena Lotierzo Hirano (USP)
Resumo: Nesta apresentação, pretendo apresentar três conceitos relativos ao desenho, que aprendi com os artistas inga Uaira Uaua, Kindi Llajtu, Rosa Tisoy, Carlos Jacanamijoy, Tirsa Chindoy e Nestor Jacanamijoy, a saber: kilkay, amarrar pegadas y semear. Com isso, tenho a intenção de contextualizar um problema que me acompanha em minha pesquisa de pós-doutorado e que diz respeito às condições que viabilizam a utilização do desenho como método de investigação em antropologia.

Trabalho para RC - Roda de Conversa
Artes de notar, saberes e manejos coletivos de aquíferos e outros corpos d'agua
Viviane Vedana (UFSC), Rafael Victorino Devos (UFSC), Priscila Oliveira dos Anjos (UFSC), Gabriel Luz Siqueira de Aquino Vieira (UFSC), Luana Ferraz (UFSC)
Resumo: Há algum tempo a antropologia vem “olhando para as águas” e estudando as infraestruturas que permitem - ou não - que ela chegue até a casa das pessoas. Nestas pesquisas sabemos sobre como as pessoas organizam seu cotidiano em torno dos cuidados com a água, sobre as políticas estatais para o abastecimento, sobre as paisagens e a presença de seus diversos corpos d’água. Aqui apresento a pesquisa que realizamos com alguns dos sistemas coletivos alternativos de abastecimento de água de Florianópolis, Santa Catarina e que resultou no documentário “Águas Alternativas”. Estes sistemas são administrados por associações de moradores e ganham existência na combinação entre as práticas das pessoas e as particularidades do revelo, das águas e seus fluxos, das condições ambientais de cada comunidade. Desde 2021 acompanhamos o cotidiano e a história de algumas dessas associações que se tornaram uma alternativa qualificada no abastecimento de água na cidade. Um profundo conhecimento da paisagem, dos caminhos dos morros e dos fluxos da água nestas regiões orienta as práticas destes moradores, bem como suas negociações entre vizinhos e com o poder público para se manterem como sistemas alternativos. Com os cuidadores das águas, seguimos seus fluxos: brotando nas nascentes; descendo os morros; encanada e distribuída; tratada e acumulada nos reservatórios; correndo nos hidrômetros e torneiras; escorrendo pelos bueiros e infiltrando no solo, com a chuva. Tais práticas de manejo são relatadas como “cuidar da água”, “arrumar a água”, “arrumar a cachoeira”, “plantar água”, por pessoas encarregadas da manutenção e gestão desses sistemas, em que o uso de uma série de aparatos e de relações indiretas com a vizinhança, com a cidade e com a bacia hidrográfica local se revelam. Ter atenção aos ciclos das chuvas e aos períodos de maior estiagem ou cheia, observar as diferenças entre mananciais subterrâneos que exigem ponteiras e poços ou aqueles derivados de nascentes que “brotam” do chão e demandam práticas de contenção de volumes d’água, são elementos comuns do manejo destes sistemas e das artes de notar a paisagem destes cuidadores. Cada uma destas formas de se relacionar com o sistema de abastecimento local nos desafiou a olhar e escutar a água em suas relações com o chão, os canos, a gravidade, a atmosfera, as torneiras. Nos desafiou a acompanhar as artes de notar destas pessoas e pensar sobre as formas de expressar em vídeo e som estas relações. No documentário, as narrativas dos cuidadores abastecem a história de suas comunidades. As imagens seguem enunciações das águas na paisagem. A paisagem sonora evoca suas traduções: bruta na captação, bombeada, filtrada, reservada, tratada, cuidada. Esta pesquisa contou com financiamento da FAPESC e apoio do INCT Brasil Plural.