Trabalho para SE - Simpósio Especial
SE 05: Antropologia visual, re-existências e mundo porvir
Pé no chão, câmera na mão: o futuro ancestral dos cinemas indígenas
Se os cinemas indígenas são múltiplos e coletivos, às vezes também são autorais, sem deixarem de ser ancestrais. Se "a câmera é a flecha", numa perspectiva masculina e da guerra, ela pode ser também "a cesta ou o cofo", numa perspectiva feminina e da semente. A partir da análise de alguns poucos filmes indígenas, pretendo mostrar como o movimento para "demarcar a tela" é uma ideia e uma ação para "adiar o fim do mundo". Dessa forma, o audiovisual indígena se coloca como uma comunidade de luta para reflorestar não só a mente, mas a própria terra, que foi devastada pela colonização e pelo homem branco. Por isso, em resumo, os cinemas indígenas são as flechas que apontam para a luta e a resistência, mas também são "as cestas" que coletam sementes, alimentos, memórias, rituais, cotidiano, saberes, e se conectam à terra - de volta à terra - e ao mundo vivido!
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