ISBN: 978-65-87289-36-6 | Redes sociais da ABA:
Trabalho para Mesa Redonda
MR 42: Migrantes indígenas ou indígenas migrantes? Indígenas venezuelanos no Brasil, agenciamentos e o acesso a políticas públicas.
Mulheres Warao na Amazônia: trajetórias num contexto de tutelas e de precarização.
O objetivo desta comunicação é discutir o protagonismo de mulheres indígenas nas trajetórias migratórias dos Warao e suas relações com as políticas de abrigamento em Manaus. Observam-se limites das ações brasileiras (municipais, estaduais e privadas) de abrigamento e interiorização espontânea realizada pelos indígenas. Desde 2017 foram constatadas várias inciativas de abrigamento em Manaus (AM), algumas até elogiadas pelos ACNUR, como foi o caso de casas alugadas em diferentes bairros para abrigar grupos de indígenas, divididos pelo critério do parentesco. Passados alguns anos da chegada deles no Brasil, eis que os Warao chegam em outras regiões do país, a partir do protagonismo de mulheres, que através de suas redes, constroem novas rotas de mobilidade. Conclui-se que a mudança de localidade e a insuficiência de políticas públicas no pós-abrigamento não alteram as condições de precariedade às quais estes indígenas estão submetidos. O reconhecimento deles enquanto grupo étnico, e não apenas como imigrantes, pelo Estado brasileiro, já seria o primeiro passo para acessar direitos garantidos não somente aos indígenas aldeados, mas também em contextos urbanos. Enquanto isso não acontece, elas continuam circulando e construindo estratégias para acessar direitos, através do associativismo.