Trabalho para Mesa Redonda
MR 42: Migrantes indígenas ou indígenas migrantes? Indígenas venezuelanos no Brasil, agenciamentos e o acesso a políticas públicas.
Mulheres Warao na Amazônia: trajetórias num contexto de tutelas e de precarização.
O objetivo desta comunicação é discutir o protagonismo de mulheres indígenas nas trajetórias migratórias
dos Warao e suas relações com as políticas de abrigamento em Manaus. Observam-se limites das ações
brasileiras (municipais, estaduais e privadas) de abrigamento e interiorização espontânea realizada pelos
indígenas. Desde 2017 foram constatadas várias inciativas de abrigamento em Manaus (AM), algumas até
elogiadas pelos ACNUR, como foi o caso de casas alugadas em diferentes bairros para abrigar grupos de
indígenas, divididos pelo critério do parentesco. Passados alguns anos da chegada deles no Brasil, eis que
os Warao chegam em outras regiões do país, a partir do protagonismo de mulheres, que através de suas redes,
constroem novas rotas de mobilidade. Conclui-se que a mudança de localidade e a insuficiência de políticas
públicas no pós-abrigamento não alteram as condições de precariedade às quais estes indígenas estão
submetidos. O reconhecimento deles enquanto grupo étnico, e não apenas como imigrantes, pelo Estado
brasileiro, já seria o primeiro passo para acessar direitos garantidos não somente aos indígenas aldeados,
mas também em contextos urbanos. Enquanto isso não acontece, elas continuam circulando e construindo
estratégias para acessar direitos, através do associativismo.
© 2024 Anais da 34ª Reunião Brasileira de Antropologia - 34RBA
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