ISBN: 978-65-87289-36-6 | Redes sociais da ABA:
Apresentação Oral em Grupo de Trabalho
GT 024: Antropologia e Turismo: transversalidades, conflitos e mudanças
A diversidade de formas de hospedagem na contemporaneidade
Este trabalho trata das bases teóricas para pesquisas sobre as diversas formas contemporâneas de hospedagem. No quadro das maneiras pelas quais as sociedades recebem estrangeiros (migrantes, refugiados, turistas, etc.), são dois os principais campos de estudos nas ciências sociais que serão mobilizados nesta discussão: turismo e hospitalidade. Com isso, objetiva-se formular estratégias teóricas e metodológicas para pesquisar campos que se entrecruzam, destacadamente no contexto de advento das plataformas on-line de hospedagem, impulsionadas pela chamada economia compartilhada e pela ampliação do uso de smartphones para acesso à internet. Nesse sentido, cabe destacar que os hotéis como forma de hospedagem têm sido um foco importante de discussão para a antropologia no Brasil nas abordagens sobre o turismo. Segundo Banducci Jr. (2001), antropólogos e antropólogas nos anos 1990 advertiram sobre os problemas decorrentes de empreendimentos turísticos para comunidades locais em regiões costeiras, com ênfase nas contradições econômicas e políticas. No entanto, segundo o autor, estes trabalhos passavam ao largo dos significados envolvidos para essas comunidades na sua relação com o turismo enquanto um fenômeno mais amplo. Nos anos 2000, muitos trabalhos procuraram situar os grandes empreendimentos no quadro daquilo que Marc Augé chamou de "não-lugares". Dentre estes, destaca-se Rufino (2006), que acentua as diferenças promovidas por grandes empreendimentos, tais como redes de hotéis, onde se instalam: "devido à sua padronização, ao modo de administração que garante a mesma qualidade de serviços em qualquer parte do mundo (RUFINO, 2006, p. 208). Recentemente, esta padronização está cada vez mais exposta às avaliações on-line por meio das plataformas que, concorrem com ou permeiam as redes hoteleiras. Diante disso, cabe questionar como se transformam estes padrões, seus artefatos e infraestruturas em suas relações com os modos contemporâneos de viajar e, também, de trabalhar e morar.