Apresentação Oral em Grupo de Trabalho
GT 053: Estudos Etnográficos sobre Cidadania
Etnografando empoderamento entre Promotoras Legais Populares: noções de cidadania, direitos, igualdade
e justiça
O presente trabalho versa sobre mulheres difíceis de domar, uma vez que reconhecem e vivem noções de
empoderamento em suas trajetórias de vida, na promoção de direitos, cidadania, igualdade e justiça.
Etnografamos Promotoras Legais Populares formadas pela ONG Grupo Mulher Maravilha, em Nova Descoberta,
Recife- PE, para descobrir o aflorar de uma cidadania explicitada diferentes vertentes, vistas através de
seus próprios relatos de experiências de vida e atuação. As paralegais surgiram há mais de 50 anos na África
e se espalharam pela América Latina, chegando ao Brasil em 1993, através da ONG Themis, em Porto Alegre,
seguida da UMB, União de Mulheres de São Paulo. Nossas protagonistas elaboram em seus discursos significados
próprios para empoderamento e a vivência de sua cidadania, quando relatam sobre igualdade de direitos entre
homens e mulheres, posicionamento político, articulação e mobilização social, demonstrando aspectos além do
status puramente legal para suas condutas. Em suas falas, é possível analisar formas pelas quais elas se
tornam difíceis de domar, exercitando, assim, mais amplamente sua cidadania por, a princípio, quatro
motivos: possuírem uma rede que as apoia, saberem construir sua vida particular, terem um posicionamento
político bem resolvido, e saberem tornar outras mulheres também difíceis de domar.