Apresentação Oral em Grupo de Trabalho
GT 009: Antropologia da Economia
Antropologia da Economia: Financeirização da cultura
Neste artigo, buscamos compreender a partir do programa social, bolsa família, o auxílio prestado pelo Estado com objetivo de amortizar os efeitos da extrema pobreza de famílias no Brasil. A análise deste trabalho tem como foco famílias indígenas que estão inseridas em um processo de financeirização que contempla a operação do dinheiro e sua dinâmica com os bancos. Como percurso metodológico, é feito uma revisão de literatura em bancos de dados de produção científica, a destaque para a base de tese e dissertações e periódico capes, sobre a utilização do programa em comunidades indígenas como instrumento de financeirização pelos bancos, além de realizar um levantamento de dados estatísticos, taxas e índices que evidenciam uma crise sistemática sutil que afeta os territórios, os corpos e os saberes. Nesse contexto, conceitos como endividamento, propriedade privada, assalariamento, monetarização do tempo, alienação, fetichismo e consumismo servem de base para entender como o setor privado utiliza-se de uma política pública como meio para obtenção de riqueza. Dessa maneira, é possível perceber como essa relação produz transformações no cotidiano das comunidades e escancara um processo de destruição criativa da terra, evidenciando as faces do etnocentrismo e estimulando um consumo capitalista.
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