ISBN: 978-65-87289-36-6 | Redes sociais da ABA:
Apresentação Oral em Grupo de Trabalho
GT 003: Alteridades na universidade: saberes locais e diálogos críticos
Ismália: Sobre as Experiências de Solidão e a Luta de Alunos Negros nas Universidades Cariocas
O presente trabalho está vinculado à pesquisa Ação Afirmativa e Ensino Superior: os impactos dos processos de educação sobre perspectiva de Seleção, Acesso e Inclusão do Programa de Educação Tutorial (PET) Diagnóstico e Análise de Política de Ação Afirmativa, custeado pelo MEC e sediado na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO) e tem enquanto objetivo a analisar a solidão vivenciada por estudantes negros dentro das universidades públicas na cidade do Rio de Janeiro e os movimentos organizados para resistir a austeridade do ambiente universitário. Sendo a Lei 12.711/12, hoje representada após atualização pela Lei 14.723/23, responsável por implementar as cotas nas instituições federais, afetando diretamente as universidades, houve então o crescimento do alunado negro no ambiênte acâdemico. Entretanto, ao entrar são confrontados com uma realidade hostil a sua presença, na medida que rompem com o paradigma, formado por décadas de exclusão, em que a universidade é um espaço exclusivo para as elites, que historicamente são pessoas brancas e de classes sociais mais altas. Visto que estes alunos não estão representados dentro do corpo docente, que atualmente ainda é composto majoritariamente por pessoas brancas, mesmo com as ações afirmativas promovidas pela Lei 12.990/14 que prevê a reserva de vagas para pessoas negras em cargos públicos. Ou mesmo pelos autores presentes nas ementas de disciplinas, que sobretudo são brancos. Portanto, o ambiente acadêmico é formado por uma cultura institucional que colabora para a exclusão da população negra que tenta ingressar nestes espaços, criando uma realidade que rejeita a sua presença. Partindo destas preposições, este trabalho tem como objetivo analisar a construção de movimentos sociais e políticos encabeçados pelos grupos racializados dentro das universidades da cidade do Rio de Janeiro, a partir da criação de coletivos, grupos, ligas acadêmicas, projetos de pesquisa, entre outros. Realizações estas que tem em seu objetivo central resistir e modificar a realidade do ambiente universitário, lutando para a maior presença da população negra dentro da universidade, estando também presente no corpo docente, nas ementas de disciplina e nos quadros administrativos mais altos como reitorias e pró-reitorias.