Apresentação Oral em Grupo de Trabalho
GT 071: Mercados culturais e trabalho: desafios e fazeres etnográficos
Políticas culturais democráticas: reflexões do construir a partir da Conferência Nacional de Cultura
O trabalho é um esforço de se pensar mercado cultural a partir da Conferência Nacional da Cultura. O
evento de 5 dias aconteceu em Brasília em Março de 2024, depois de 10 anos de hiato, é um esforço de
retomada da políticas culturais, melhor ainda, é um esforço de construir essas políticas democraticamente,
com participação direta dos fazedores de cultura de todos os estados brasileiros. O objetivo de todos é que
ao final do evento, as propostas prioritárias de cada grupo de trabalho operem como alicerce para a
construção do Plano Nacional de Cultura para a próxima década.
O evento é composto por uma metodologia de diferentes etapas de agrupamentos, falas e discussões. A partir
do acompanhamento das diferentes etapas da conferência nacional, com foco no eixo de Economia Criativa o
objetivo do meu trabalho é compreender com mais densidade as nuances da proposta de fazer política cultural
de forma democrática. Compreendo que em nossa democracia, são poucos os momentos de escuta direta às
demandas da população, bem como, é grande a distancia entre a política pública pensada pelo Governo e seu
alcance e execução entre os cidadãos.
Foram longas horas de fala e escuta. Com isso, tenho algumas possibilidades de caminhos para este trabalho,
assim a análise aprofundada dos dados indicarão o percurso, são elas: refletir sobre a democracia e a escuta
bem como a falta delas; atentar sobre as especificidades dos trabalhadores da cultura e do fazer cultural,
tal como a intermitência dos contratos, as dificuldades de manutenção econômica de suas atividades bem como
as desigualdades de oportunidades com campo cultural; a economia criativa pensada a partir dos significados
do fazer cultural: econômico, simbólico e cidadã; aproximações e distanciamentos entre os diferentes agentes
que compuseram o evento.
Independente do caminho trilhado, é intrínseco ao trabalho pensar a economia criativa e o mercado cultural
extrapolando a noção de economia de mercado capitalista. Além disso, estará presente uma análise qualitativa
fundamental para a perspectiva cultural, tendo em vista que os dados quantitativos muitas vezes mascaram as
desigualdades do setor.
© 2024 Anais da 34ª Reunião Brasileira de Antropologia - 34RBA
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