Apresentação Oral em Grupo de Trabalho
GT 023: Antropologia e saúde mental: sofrimento social e (micro)políticas emancipatórias
Saúde mental nas experiências dos migrantes e nos discursos de entidades humanitárias e esferas do estado
No Brasil, as elaborações acerca da loucura e saúde mental (e outros termos que guardam relação e que ganham proeminência com transformações históricas, epistemológicas e políticas), fazem parte da reflexão antropológica desde as primeiras análises sobre o povo brasileiro e a construção da nação. Na atualidade, os processos migratórios, e os múltiplos deslocamentos que eles engendram, figuram entre os fatores que precisam ser considerados com atenção tendo em vista que o país emergiu como uma rota preferencial para migrantes do sul global no corrente século. O Brasil vem recebendo migrantes de países vizinhos e também de países de outros continentes acometidos por situações de desastre ambiental, crise política e guerras. O recebimento de migrantes possui peculiaridades devido às diferenças regionais, sobretudo quando se trata de regiões afastadas dos grandes centros e que fazem fronteiras com outros países. Este trabalho busca trazer insights sobre como os migrantes, na cidade de Boa Vista-RR, relatam sobre os seus sofrimentos, o quê e quando eles consideram da ordem do psíquico ou de saúde mental, e como a assistência ao migrante, a saúde mental e o acolhimento psíquico aparecem nos discursos oficiais das organizações de acolhida, do Estado e nas últimas Conferências de Saúde Mental, Municipal e Estadual, ocorridas no ano de 2022.
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