Apresentação Oral em Grupo de Trabalho
GT 037: Corpo, reprodução e moralidades: disputas de direitos e resistência à onda conservadora
Menstruação e tecnopolíticas de resistências ativismos feministas e plataformização do ciclo menstrual
Nesta apresentação discuto a menstruação como um tema tecnopolítico, considerando formação de grupos de ativismo menstrual em países sul-americanos e o crescente extrativismo de dados biológicos e fisiológicos que ocorre por meio de aplicativos móveis para o monitoramento do ciclo menstrual. O campo investigativo desdobra-se em uma etnografia de plataforma e multiterritorializada com frentes digitais e outras presenciais no território. No ambiente online a atenção investigativa recai sobre o Flo Period & Ovulation Tracker, aplicativo para o controle menstrual, um dos mais populares menstruapps do mercado, soma-se à observação participativa no perfil na plataforma Instagram do projeto colombiano Escuela de Educación Menstrual Emanciapadas, dedicado à educação e ao ativismo menstrual. Emanciapadas deriva de outro projeto, o Princesa Menstruantes, ambos pensados como espaço de produção de conhecimento sobre menstraução e saúde de pessoas que menstruam. A menstruação é tratada em sua dimensão política, decolonial e emancipatória, a partir de cursos, apostilas e realizacão anual do Encuentro Latino Americano de educación, salud y activismo menstruales. Além de acompanhar sistematicamente as atividades dos citados projetos, realizo imersão descritiva na arquitetura do Flo a fim de compreender quais são os valores de gênero, sexualidade e saúde com os quais operam. Os dados obtidos até o momento estão sendo analisados e discutidos a partir dos aportes dos estudos feministas, dos estudos de gênero e dos estudos de plataformas, informados por discussões decoloniais sobre extrativismo de dados e datificação da vida, inspirada na Teoria Ator-Rede.
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