ISBN: 978-65-87289-36-6 | Redes sociais da ABA:
Apresentação Oral em Grupo de Trabalho
GT 042: Desafios dos estudos ciganos no campo da Antropologia: questões de método e novas demandas políticas
Discutindo os processos de (in) visibilização cigana nas páginas jornalísticas.
Após séculos de presença cigana em nossa sociedade, os ciganos continuam sendo invisibilizados, marginalizados, vistos ora como contadores de mentidas, e ora como gente perigosa. Mesmo em interação constante com o outro, a visão estereotipada acerca do que é ser cigano, ainda reforça o imaginário que o constrói. Nesse sentido, o objetivo desse trabalho é pensar a identidade cigana no cenário de Campina Grande, tendo como eixo articulador as matérias dos Jornais da Paraíba e Diário da Borborema ao longo das décadas de 1980 e 1990, em torno dos eventos intitulados Saga Cigana / Guerra Cigana. O material jornalístico, acabou por reforçar um imaginário que historicamente atribui aos ciganos uma condição de marginalidade”, por conseguinte, percebemos que no senso comum a criminalidade é um elemento que corrobora o ser cigano”. Diante disso, foi percebido que entre as décadas 1960/1970 os ciganos foram invisibilizados nas páginas jornalísticas, com raríssimas aparições. Por outro lado, na década de 80 são fortemente evidenciados nas páginas policiais dos jornais, como protagonistas de crimes entre membros de uma mesma família, a qual os jornais nominaram como: Saga cigana”, ou Chacina cigana”. Em contraposição a esse fato, a sua presença mostra-se desconhecida para a população local, o que permite muitos moradores imaginar que não existiam/existe pessoas desta etnia residindo na cidade. Diante disso, a fonte jornalística e se tornou primordial no processo de visibilização e representação dos ciganos nas décadas de 70 e 80 na cidade Campina Grande/PB e região. Palavras- chave: invisibilizados, identidade cigana; marginalidade; fonte jornalística; imaginário social.