Apresentação Oral em Grupo de Trabalho
GT 005: Antropoceno, Colonialismo e Agriculturas: resistências indígenas, quilombolas e camponesas diante das mutações climáticas
Calendário agroecológico do Coletivo Romzã: uma interface entre espaços, língua, educação e produção de alimentos no semiárido
Os modos de produção coloniais de alimentos têm nos levado a emergências climáticas que afetam as formas de vida no planeta. Contrapondo-se a esse modelo, destacam-se as resistências de povos tradicionais, como o Coletivo de Agricultores e Agricultoras Familiares Indígenas Romzã, na Terra Indígena Xakriabá (TIX). Este grupo busca construir refúgios sustentáveis dentro da sua realidade semiárida, agravada pelas Mudanças Climáticas, promovendo esperança na relação com a terra, o território e na produção de alimentos. O artigo relata o processo de criação de um calendário agroecológico interativo de plantio e colheita, iniciado em 2021 pelo edital Urbe Urge do BDMG. O calendário propõe um fortalecimento e integração entre as demandas do PNAE e do PAA com a produção dos agricultores familiares da TIX. Além disso, a iniciativa transborda fronteiras disciplinares, ao estimular discussões sobre retomadas de conhecimentos e sobre a revitalização da língua Akwê-Xakriabá. Em 2024, o calendário tem sido aprimorado com apoio de projeto pela Inter-American Foundation, agora com a tradução para o idioma Akwê e impressão em maior escala para distribuição nas escolas da TIX.
© 2024 Anais da 34ª Reunião Brasileira de Antropologia - 34RBA
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