Apresentação Oral em Grupo de Trabalho
GT 042: Desafios dos estudos ciganos no campo da Antropologia: questões de método e novas demandas políticas
O Gênero como Performance: Uma Análise sobre as Mulheres Ciganas Calon
O presente trabalho tem como objetivo traçar uma comparação entre a definição de gênero como performance estabelecida por Judith Butler (2018) e a relação das mulheres ciganas Calon brasileiras com seu próprio gênero e etnia descritas pela antropóloga Florencia Ferrari (2010). Segundo a pesquisadora, os ciganos Calon só se enxergam como indivíduos pertencentes da etnia Calon à medida que performam calonidade, mas esta performance não é igual para todos, homens e mulheres encenam seus gêneros de formas muito distintas. Essa caracterização é incentivada desde a infância, em que meninas calin são parabenizadas por se comportar de determinadas formas (normalmente associadas a serviços domésticos). Este incentivo, portanto, expressa o que Butler (2018) define como performance de gênero, em que as mulheres não são mulheres por um fator natural, mas sim cultural, em que expressam o que é esperado e ensinado para seu gênero. Atualmente, existem mulheres ciganas Calon que buscam quebrar essas expectativas de gênero que lhe foram postas, subvertendo suas performances. Assim, a partir deste trabalho, serão analisadas tanto as expressões de gênero que determinadas mulheres Calon exercem, como também uma suposta ruptura destas com suas performances.
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