Apresentação Oral em Grupo de Trabalho
GT 023: Antropologia e saúde mental: sofrimento social e (micro)políticas emancipatórias
"Muitos anos de surto, muitos anos de exposição": Narrativas de experiências em sofrimento mental no Cariri Paraibano
Este trabalho traz uma reflexão acerca do sofrimento de mulheres em experiências de adoecimento mental no interior Paraibano. Tem-se como objetivo compreender o contexto social da realidade de mulheres que convivem com o adoecimento e quais as redes que são adicionadas pelo sujeito em condição de sofrimento e busca por escuta. Este trabalho faz parte de uma pesquisa de doutoramento a partir de uma etnografia realizada em um Centro de Atenção Psicossocial CAPS em um município no interior da Paraíba. O trabalho de campo foi realizado durante oito meses com visitas regulares e conversas informais. Este artigo propõe refletir a experiência de adoecimento a partir da narrativa de uma mulher experiente residente da cidade de Sumé -PB, com o intuito de compreender quais estratégias são acionadas em seus momentos de aflição. A narrativa expõe uma experiência de sofrimento e as redes de apoio social que são adicionadas por ela, seja no serviço de saúde, seja em seu cotidiano familiar e social, enfatizando situações relacionais de andanças entre serviços de saúde mental, desde hospitais psiquiátricos à serviços de saúde mental, em especial, os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), em diferentes estados e cidades. As discussões propostas aqui, estão em diálogo com referências teóricas do campo da Antropologia da Saúde, e considerando que o exercício de escrita através da trajetória de uma única pessoa, inspirada em Biehl (2008), que retrata a potencialidade de etnografar a experiência de uma pessoa, capaz de relacionar aspectos macros de sofrimento em sociedade que foram sendo corporificadas e construídas de forma singular por meio da narrativa de uma mulher caririzeira.
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