Apresentação Oral em Grupo de Trabalho
GT 014: Antropologia das Relações Humano-Animais
Notas sobre conjugalidades bestiais
O trabalho reconhece a existência de arranjos de convivência tabu entre humanos e animais, nomeadamente a zoofilia, de cuja prática se explora suas decorrências éticas, morais e performativas. Assumindo com Haraway (2016) que parentesco multiespécie não são livres de riscos e consequências, discute-se consentimento, agência animal e a produção de limites entre humano e animal a partir de revisão bibliográfica e de dados gerados em uma etnografia digital em grupos de WhatsApp para performance do desejo zoófilo. A análise evidencia a centralidade da noção de consentimento no âmbito da controvérsia sobre a legitimidade ou deslegitimidade da prática sexual com animais. Além de identificar três tipos de discurso sobre zoofilia online, o pedagógico, o questionamento ético e a performance íntimo-espetacular, descreve o cuidado com os bichos e as estratégias de atenção aos signos de agência animal, ressaltando diferentes abordagens éticas na relação multiespécie.
© 2024 Anais da 34ª Reunião Brasileira de Antropologia - 34RBA
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