Apresentação Oral em Grupo de Trabalho
GT 102: Transições democráticas e controle social: repensando marcações temporais
Direitos humanos, transformações e continuidades: uma etnografia da Comissão de Direitos Humanos da
Associação Brasileira de Antropologia
O trabalho apresenta e discute a categoria direitos humanos inserida dentro do escopo da antropologia
brasileira, especificamente na Comissão de Direitos Humanos da Associação Brasileira de Antropologia. Os
dados foram construídos a partir de pesquisa bibliográfica, seguida da realização de entrevistas com alguns
ex-coordenadores da Comissão de Direitos Humanos e ex-presidente da Associação Brasileira de Antropologia.
Essa abordagem etnográfica tem foco em dois eixos: 1) descritivo: como a categoria direitos humanos tensiona
o campo de saber antropológico, sendo necessário observar como tanto a antropologia quanto os direitos
humanos, suplantando binarismos universalistas e relativistas, partem de narrativas centradas no espectro da
colonialidade; 2) analítico: como a Comissão de Direitos Humanos da Associação Brasileira de Antropologia
tem se configurado como um agente na antropologia brasileira contemporânea e, portanto, com ações perante o
Estado e sociedade. O objetivo é evidenciar como a interlocução com antropólogas/os permitiu-me refletir
sobre os limites e continuidades estabelecidos no diálogo da antropologia com os direitos humanos, este que
foi observado como categoria nativa, se adaptam de acordo com seu uso prático em relação ao contexto
social, político, histórico e moral que é mobilizado. Busco refletir, centralmente, sobre o deslocamento dos
direitos humanos, que por ser alvo de disputas, pode passar de categoria acusatória para categoria
unificadora, de categoria operatória para categoria de resistência. Logo, não há política sem contradição
e não há luta por direitos humanos que não pressupunha o conflito.
© 2024 Anais da 34ª Reunião Brasileira de Antropologia - 34RBA
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