Apresentação Oral em Grupo de Trabalho
GT 051: Envelhecimentos, Interseccionalidade e Cuidados
O cotidiano de uma Instituições de Longa Permanência para Pessoas Idosas na Pandemia de Covid-19: Dores
e alegrias num espaço de ressignificação.
A longevidade é algo cada vez mais latente na nossa sociedade, as previsões demográficas apontam para um
aumento cada vez maior da pirâmide etária brasileira nas camadas das populações idosas. O envelhecer passar
a ser uma realidade presente no cotidiano brasileiro, estabelecendo o desafio do envelhecimento
bem-sucedido.
O viver em um espaço como uma instituição de Longa Permanência Para Pessoas idosas- ILPI, demanda uma série
de desafios aos seus atores (moradores, funcionários, familiares e o poder público), e trazendo o estigma de
um envelhecer mal-sucedido.
Esses desafios trazem consigo, toda uma gama de repercussões para a vida dos protagonistas do corpo social
dessas instituições, que são os moradores e as suas cuidadoras.
A pandemia de Covid-19, que afetou drasticamente esses estabelecimentos, potencializou significativamente os
desafios já existentes, e gerou outros consideravelmente, fazendo com que o cotidiano em ILPIs se tornasse
ainda mais interessante para uma análise sob o olhar da antropologia. Ao longo da pandemia, podemos perceber
que o vírus SARS-CoV-2 não destruiu essas instituições, bem como o Sistema único de Saúde-SUS, mas que há um
continuo desmantelamento, por práticas neoliberais, do SUS e do Sistema único de Assistência Social-SUAS.
Assim, O trabalho oferecido para a reflexão no Grupo de trabalho-GT irá relatar uma pesquisa etnográfica,
realizada em ILPI pública, durante a pandemia de Covid-19, localizada no sertão pernambucano, que além de
impactada pelo surto do SARS CoV-2, tem em seu cotidiano atravessamentos decorrentes de questões
socioeconômicas, geográficas, raciais, de gênero e de conflitos entre a sociedade civil e governamental.
Detalhando como as dinâmicas do cuidado se moldaram e se renovaram nessas instituições no auge da pandemia.
Problematizando as ações de cuidado, oriundas do poder público no combate ao Corona vírus e não à pandemia
em sí, potencializando situações bem características das ILPIs, como o isolamento social, criando um
fenômeno nomeado na pesquisa como duplo isolamento.
O trabalho de pesquisa também refletiu sobre a necessidade de uma nova produção da vida nessas instituições,
dessa forma estabelecendo enormes desafios e transformações, com enormes potenciais para a construção( e
reconstrução) do fazer antropológico.