ISBN: 978-65-87289-36-6 | Redes sociais da ABA:
Apresentação Oral em Grupo de Trabalho
GT 005: Antropoceno, Colonialismo e Agriculturas: resistências indígenas, quilombolas e camponesas diante das mutações climáticas
A “chagra” (roça) entre os Ticuna e os Murui-Muina na economia atual da fronteira Brasil-Colômbia-Peru
O texto a seguir apresenta as formas de produção agrícola da fronteira Colômbia- Peru-Brasil e as tensões e confluências entre as economias desses países e o que os povos indígenas na região chamam de “chagra” (em espanhol) ou “roça” (em português). Este texto descreve a dinâmica da produção na chagra/roça por meio da relação entre o uso antropológico da teoria do valor, descrições etnográficas das relações políticas e econômicas entre diferentes povos indígenas e o contexto histórico regional. Embora esta apresentação retoma debates teóricos sobre a relação entre pensamento indígena e economias nacionais, sem sugerir um caminho teórico definitivo, mas retomando de autores como Pereira e Tobón os conceitos de resistência e memória. As descrições apresentadas aqui estão baseadas em observações etnográficas realizadas em várias temporadas de trabalho de campo realizadas entre 2015 e 2020. Parte delas tiveram lugar entre os Murui-Muina colombianos e outra parte teve lugar entre os Ticuna colombianos (território indígena de San Antônio) e Ticuna brasileiros (comunidades indígenas de Umariaçu I e II). Ao contrário de buscar expor resultados definitivos de pesquisa, este texto propõe-se abrir perguntas na busca de caminhos possíveis de análise da importância das lutas e os direitos indígenas para as economiasdas fronteiras dos países da América Latina.