O retorno do Pajé. O uso indígena contemporâneo da ayahuasca no Acre.
O retorno e expansão do xamanismo indígena ayahuasqueiro contemporâneo no Acre pode ser visto como um
daqueles eventos que correspondem ao processo denominado por Sahlins como indigenização da modernidade.
Paralelamente ao retorno do xamanismo nas aldeias da Amazônia acriana ocorre um processo contemporâneo de
multiplicação e transformação do uso indígena da ayahuasca que implusiona o fortalecimento cultural de
diversas etnias.
O fato desse movimento promover a política tradicional de alianças interculturais te, a ver com o processo
expansão dos usos da ayahuasca na cena global. Indico que aqui no Acre o surgimento e desenvolvimento da
prática do xamanismo interétnico através do uso da ayahuasca se deu no contexto de um movimento indigenista
amadurecido que aproximadamente há 40 anos já organiza a luta dos povos indígenas no acre se dedicando
incansavelmente a ajudar os nativos amazônicos no fortalecimento político, econômico e cultural indígenas na
reivindicação dos seus direitos constitucionais e na luta pela proteção e preservação ambiental dos seus
territórios. Assim sendo, a importância do retorno da ayahuasca indígena está em seu poder de manter e
acelerar o processo de revitalização cultural dos povos indígenas no Estado do Acre.