Confluência de saberes negro-indígena na Amazônia: Pajelança e política na região gurupiense
A confluência de saberes indígenas e quilombolas na Amazônia ainda tem sido pouco explorada pela antropologia brasileira, principalmente quando as mulheres estão no centro do debate político. Para entender as particularidades da política negro-indígena e sua dinâmica cultural na região do Gurupi (rio que separa os estados do Maranhão e Pará), demonstro como Verônica Tembé e Maria Petronília (Pituca) ajudaram a fundar e defender a Terra indígena do Alto Rio Guamá e o quilombo de Itamoari. Por meio da etnografia e etnobiografia dessas mulheres, analiso a confluência entre xamanismo, política, territórios e territorialidades na região gurupiense e busco demonstrar como as alianças em festas e rituais garantiram a permanência do quilombo e das aldeias na região.