Apresentação Oral em Grupo de Trabalho
GT 016: Antropologia dos Povos Tradicionais Costeiros: Práticas Sociais, Disputas Identitárias e Conflitos
Práticas dialógicas de educação para co-criação de conhecimentos sobre o território e a biodiversidade em comunidades tradicionais costeiras no Antropoceno
Na Zona Costeira catarinense populações tradicionais manejam a biodiversidade marinha, estuarina e dos ecossistemas associados ao Bioma da Mata Atlântica. Apesar do aparato legal, institucional as populações tradicionais não participam de forma satisfatória das instâncias de tomada de decisão voltadas para defender seus direitos. O objetivo desta pesquisa é analisar a relação entre aprendizagem social e pedagogia da autonomia em comunidades tradicionais. Neste artigo, será relatado o surgimento de uma rede nacional de pesquisa para promover a conservação da sociobiodiversidade por meio do fortalecimento das identidades das populações tradicionais de guaranis, descendentes de açorianos e de quilombolas. No sul do Brasil, a estratégia utilizada será a promoção de um curso de formação dialógica para populações tradicionais e atividades de educação ambiental em três escolas. Os participantes irão teorizar, discutir em grupo e propor alternativas em relação aos problemas socioambientais que são vivenciados pela comunidade. Desta forma, as situações enfrentadas no cotidiano passam a ser objeto de uma reflexão sistematizada e da experimentação de propostas alternativas. Estas ações estão inseridas em um modelo de análise voltado para a co-criação de conhecimentos sobre o território e a biodiversidade, vinculado às questões centrais do Antropoceno, como a justiça (quem provoca e quem paga os custos), o papel dos não-humanos (bióticos e abióticos) nas possibilidades de vida e as alternativas de restauração socioambiental.
© 2024 Anais da 34ª Reunião Brasileira de Antropologia - 34RBA
Associação Brasileira de Antropologia - ABA