ISBN: 978-65-87289-36-6 | Redes sociais da ABA:
Apresentação Oral em Grupo de Trabalho
GT 102: Transições democráticas e controle social: repensando marcações temporais
Ainda somos os mesmos? Ensinamentos e aprendizados sobre a Democracia Representativa em grupos familiares da classe trabalhadora.
Título da pesquisa: Ainda somos os mesmos? Ensinamentos e aprendizados sobre a Democracia Representativa em grupos familiares da classe trabalhadora. Orientador: Alexandre Barbosa Pereira Universidade: Universidade Federal de São Paulo - EFLCH Essa comunicação visa apresentar partes da pesquisa etnobiográfica grupos familiares da classe trabalhadora que objetiva mapear a transmissão de saberes e os aprendizados sobre democracia representativa entre sujeitos de diferentes gerações com ascendência direta em realização desde agosto de 2023. Para contemplar uma multiplicidade de subjetividades, compõe o grupo de pesquisa, 4 grupos familiares moradores de diferentes cidades de São Paulo, e entre os integrantes a faixa etária varia entre 10 e 90 anos com diversidade de gênero, racialidade, renda e posicionamento político. Sua elaboração se deu na experiência como professora no ensino escolar privado na cidade de Mogi das Cruzes, durante o ano de 2022. As crianças apresentavam a necessidade de falar sobre a eleição e, no meio disso, estava a pressão e vigilância realizada pelas famílias e a direção escolar para que o assunto não fosse abordado em sala de aula, afirmando que a educação política é de responsabilidade familiar. Ainda que as crianças fossem vistas como inaptas para falar sobre política, elas desenvolviam estratégias para lidar com o tema muito abordado entre elas. Considerando o 8 de janeiro de 2023, data que marcou ataque às instituições e funcionalidade da democracia representativa no Brasil, emergiu a necessidade de mapear formas de transmissão geracional de compreensões políticas, com foco na participação na democracia representativa – forma política obrigatória em uma cidadania regulada como a brasileira. Desenvolver uma etnobiografia com grupos familiares, se dá na busca por registrar memórias através de observar a profusão de relações subjetivas que ocorrem no momento da narrativa. Tal ato, acredito, garantirá um mapeamento de intersubjetividades das significações e estratégias na atuação política desenvolvidos em diferentes contextos sociais e históricos, e intercambiadas nos arranjos dos grupos familiares. A realização do campo de pesquisa tem sinalizado como tanto para o papel dos meios de informação e o acesso à educação quanto das questões de organização diárias definidas pelos campos de gênero, raça e classe influenciam no formato de educação política familiar. PALAVRAS CHAVE: DEMOCRACIA REPRESENTATIVA – FAMÍLIA – TRANSMISSÃO INTERGERACIONAL GONÇALVES, M. A., MARQUES, R., & CARDOSO, V. Z. (2012). Etnobiografia: subjetivação e etnografia. Rio de Janeiro: 7 letras. SILVA, M. G. (2017). Ferrazópolis: um bairro, duas gerações e a política. Tese de Doutorado. São Paulo: Faculdade de Educação da USP (FEUSP).