Apresentação Oral em Grupo de Trabalho
GT 076: Antropologia nos Museus: coleções etnográficas, detentores e artistas
Arquivos de povos indígenas: vislumbres e caminhos para o apoio à gestão autônoma
Quando se fala em memória dos povos indígenas, se pensa imediatamente em práticas tradicionais de
transmissão de conhecimentos, em projetos culturais, ou então, em documentação que é do seu interesse e foi
produzida por pesquisadores ou instituições que trabalham junto a eles. Apesar disso, já faz várias décadas
que os povos indígenas no Brasil produzem e reúnem conjuntos documentais diversos, produzidos por eles
próprios: famílias e casas têm documentação pessoal guardada; associações indígenas têm suas memórias;
escolas indígenas também produzem documentação.
Essa memória documental é percebida contemporaneamente por lideranças, professoras e professores, e pela
juventude indígena como um recurso a mais para o fortalecimento intergeracional na construção da vida
cotidiana, e da garantia dos direitos à memória e à cultura, à educação escolar diferenciada e o direito
fundiário.
Os documentos produzidos em contextos indígenas podem ser encontrados em papel, em fitas cassete e em
formato digital variado. Eles também podem estar distribuídos em redes de parentesco, de aliança política,
de colaboração em pesquisa, e mesmo sob a custódia compartilhada de instituições. Como construir uma gestão
autônoma desse material, garantindo a sua preservação para gerações futuras e ao mesmo tempo de modo
respeitoso à sensibilidade e ao cotidiano de cada povo e cada comunidade?
A apresentação será feita de modo a compartilhar questões técnicas, de direitos e políticas, e construir uma
conversa com os participantes do GT.
© 2024 Anais da 34ª Reunião Brasileira de Antropologia - 34RBA
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