Apresentação Oral em Grupo de Trabalho
GT 002: Alimentando o fim do mundo: agronegócio, saúde e Antropoceno
O mundo não acabou: A COVID-19 e a reprodução das desigualdade no oeste da Bahia.
Esta pesquisa busca discutir os principais impactos da pandemia de COVID-19 nas vidas da população da região oeste do estado da Bahia, especificamente a região geográfica imediata de Barreiras, e analisar quais políticas públicas foram implementadas e como foram desenvolvimentos nos municípios locais. O oeste da Bahia é um território de expansão agrícola, com alta concentração de renda e significativas desigualdades socioeconômicas, cuja dinâmica impacta profundamente na vida das pessoas residentes na região, fazendo com que as condições precárias de vida dos grupos ali residentes tenham se intensificado em um cenário de emergência de saúde pública, como a pandemia. Os caminhos metodológicos percorridos são de base qualitativa, desenvolvidos por meio do levantamento de fontes bibliográficas e documentais. Observa-se que em um país desigual como o Brasil a pandemia acentuou todos os problemas socioeconômicos existentes, criando-se formas de se justificar essas desigualdades para a comodidade de uma minoria privilegiada da população. Grande parte dos municípios do oeste da Bahia são compostos por uma população predominantemente rural, que já viviam inúmeras privações materiais, mesmo em um período pré-pandêmico, e que foram intensificadas durante a pandemia, gerando retrocessos em lutas históricas. Entre esses retrocessos deve-se citar o aumento do desemprego e da insegurança alimentar entre os mais vulneráveis, paralelo ao fortalecimento do agronegócio na região. Para parte da população local, a fome e a miséria passaram de um medo para uma realidade que foi experienciada durante mantida após a pandemia, onde as políticas públicas foram insuficientes para acolher as demandas. Este trabalho visa apresentar análises que permitam compreender os danos da pandemia sobre essa população, podendo subsidiar políticas para a reparação desses prejuízos no cenário pós-pandemia.
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