ISBN: 978-65-87289-36-6 | Redes sociais da ABA:
Apresentação Oral em Grupo de Trabalho
GT 008: Antropologia da Arte
Artes Indígenas: (des)Caminhos para Novos Olhares, Estéticas e Concepções
O presente trabalho busca investigar o saber-fazer mobilizado por indivíduos e/ou coletivos indígenas nas suas expressões e estéticas artísticas, explorando as formas como essas manifestações são rearranjadas, propondo sensibilidades e percepções no encontro entre mundos. Pretende-se caminhar na esteira das novas práticas curatoriais e museológicas que estão buscando compor e refletir sobre seus acervos e exposições através de outras perspectivas. As múltiplas expressividades, concepções e relações entrelaçadas na rede obra-autoria-museu-público evocam não somente o conhecimento sobre técnicas e estéticas distintas do ocidente, mas convoca a uma potente reflexão sobre corporalidades, ontologias, relações com seres humanos e não-humanos, transmissão e aquisição de saberes que servem como pilares didáticos-pedagógicos para uma (re)configuração nos modos de pensar, agir e ser moderno-capitalista. Nesse contexto, o Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (MASP) será central para as proposições e análises discutidas sobre a potência das imagens, tanto pelo fato de seu grande reconhecimento nacional e internacional, quanto por ser um importante fomentador de reflexões para toda a sociedade, tendo realizado feitos como a inauguração de duas exposições e catálogos, MAHKU: Mirações e Histórias Indígenas, em 2023. Essa última contou com a colaboração do Kode Bergen Art Museum, ecoando internacionalmente as produções indígenas de distintos continentes, com curadoria e pesquisadores indígenas. A crescente contínua expressão, valorização e reconhecimento das Artes Indígenas por diversas instituições internacionais torna ainda mais urgente a atenção de olhares da política patrimonial para a conservação, proteção e difusão das tantas possibilidades de bens culturais-artísticos no território brasileiro. Para isso, é preciso um esforço das Políticas de Patrimônio Cultural Imaterial de lançar mão do encerramento em si de conceitos tão relativos, como arte, identidade, circulação, entre outros, visto a especificidade epistemológica e ontológica de cada povo. Por fim, este trabalho busca eleger considerações de grande importância para a reconfiguração e reivindicação das relações que as produções artísticas indígenas evocam, em suas múltiplas formas e suportes. É importante ressaltar que a temática abordada requer uma vasta articulação interdisciplinar, envolvendo disciplinas como Arte, Educação, Museologia e Antropologia. Embora seja reconhecida a impossibilidade de esgotar essa complexa discussão, se faz necessário emaranhar distintos campos no esforço para identificar possibilidades frutíferas.