Apresentação Oral em Grupo de Trabalho
GT 046: Educação diferenciada e territorialidades: fazeres, conflitos e resistências
Educação intercultural na Amazônia Legal
Entre 2022 e 2023, seis organizações sociais brasileiras se dedicaram a dialogar, promover atividades e trabalhar em conjunto com governos e comunidades locais pela melhoria da qualidade da educação para crianças de povos tradicionais na Amazônia Legal. O foco esteve em três estado Amazonas, Amapá e Maranhão, em 34 municípios. Parte deste grupo vem trabalhando na temática da educação indígena, quilombola e extrativista desde 2018 nas regiões norte e nordeste, quando produzimos um mapeamento de práticas educativas empregadas por escolas para atender suas demandas de educação diferenciada, contextualizada, bilíngue ou multilíngue.
Nesta aproximação com estudantes, docentes, dirigentes escolares e gestores públicos da educação, o grupo atravessou a pandemia investigando um conceito caro ao debate das escolas no Brasil: educação integral. De que forma essas escolas entendem essa ideia, se a utilizam e com quais estratégias? A hipótese era de que escolas comunitárias sabem como promover a educação integral, já o fazem pela natureza das escolas que abrigam e têm muito a ensinar às urbanas. O mapa desenvolvido revelou experiências inovadoras, e o trabalho dos anos seguintes buscou apoiar escolas e secretarias na sua qualificação.
Este trabalho pretende apresentar parte dos resultados desta pesquisa que, por meio de dados sobre matrícula, tipos de escolas que atendem a população e as demandas dos docentes para a educação diferenciada, ajudam a pensar sobre o que querem as comunidades para suas escolas. E se inscreve numa nova frente de investigação, buscando conhecer o que a comunidade escolar entende por competências socioemocionais, conforme a BNCC, e pela relação entre cultura e educação. Nesta etapa, a pesquisa pretende desenvolver metodologia de trabalho a ser realizada em grupo, assim como o mapeamento produzido entre 2018 e 2019, que contou com sete pesquisadoras, todas elas mestras e doutoras indígenas, quilombolas ou integrantes de suas redes. E considera os estados do Amazonas, Pará, Amapá e Maranhão como possíveis campos.