ISBN: 978-65-87289-36-6 | Redes sociais da ABA:
Apresentação Oral em Grupo de Trabalho
GT 043: Desenvolvimento e conflitos socioambientais: práticas de apropriação territorial e alternativas transformadoras
Território tradicional do povo Apyãwa (Tapirapé), com sua história, origem e Trajetória milenar.
Samuel Oparaxowa Tapirapé 06-03-2024 (UFG) Mestrando em Antropologia Social/UFG oparaxowa@dicente.ufg.br Título: TERRITÓRIO TRADICIONAL DO POVO APYÃWA (TAPIRAPÉ), COM SUA HISTÓRIA, ORIGEM E TRAJETÓRIA MILENAR. O objetivo deste trabalho é apresentar as transformações que vêm ocorrendo dentro do território do povo Apyãwa, com relação os invasores que estão prejudicando diretamente a nossa cultura. De acordo com os anciãos entrevistados, as transformações dos não indígenas estão causando muitos problemas nas nossas vidas, nos nossos territórios e na nossa cultura, somos invadidos pelos fazendeiros, madeireiros e pescadores. Para alcançar os objetivos deste ensaio realizei diversas pesquisas, não só nos livros, mas principalmente nas comunidades Apyãwa, em diferentes momentos e espaços, como na Takãra (casa cerimonial), nas casas, na escola, na roça, na pescaria e na caçada, onde as conversas são direcionadas entre os Apyãwa. Através de entrevista feitas em três aldeias até o momento (Tapi’itãwa, Myryxitãwa e Wiriaotãwa) já foi possível perceber os motivos das mudanças que vem acontecendo antes mesmo dos contatos com a sociedade não indígena até nos dias atuais. Também foram registrados alguns territórios Apyãwa que estão fora da Terra Indígena demarcada aos Apyãwa que são considerados espaços sagrados, lugares das aldeias antigas e os lugares em que buscamos a subsistência desde sempre, lugares das caçadas, pescaria e os lugares em que tiramos as madeiras para fazer a casa e a casa cerimonial do povo Apyãwa para que seja realizada a festa tradicional do povo Apyãwa que acontece todo ano formando um calendário de ciclos rituais. Lugares em que também tiramos matérias primas para confeccionar as artes Apyãwa. Acredito que, a partir dos meus trabalhos de pesquisa e dos nossos debates, as pessoas, principalmente as crianças e os jovens do nosso povo, terão chance de ouvir as histórias reais do nosso território, origem e trajetória milenar.