Apresentação Oral em Grupo de Trabalho
GT 091: Religiões afro-brasileiras e mobilizações afrorreligiosas: enfoques etnográficos e metodológicos contemporâneos
Incursões iniciais sobre o passeio do batuque gaúcho na região metropolitana de Porto Alegre
No dia 18 de janeiro de 2020, foi publicado na plataforma Facebook um vídeo que mostra um impasse entre
um pai de santo e o porteiro do Santuário Nossa Senhora do Rosário de Porto Alegre/RS. Na ocasião, Pai
Maninho de Ogum, de Canoas/RS, e seus filhos, que estavam no Santuário para cumprir parte do ritual passeio,
foram impedidos de subir ao altar principal da igreja. Em um primeiro momento inspirado pela abordagem
material da religião, o vídeo desencadeou uma pesquisa sobre como os corpos batuqueiros ocupam o Santuário e
o que acontece lá dentro. Observamos que há, grosso modo, dois modos polos quais os grupos circulam no
Santuário: ou ficam sentados em um dos bancos ou percorrem os múltiplos altares da igreja em ordem
anti-horária. Depois de mais desenvolvimento, a pesquisa tem dois enfoques: um sobre o que é o passeio e
porque ele ocorre (seu papel dentro da religião) e outro sobre como diferentes pais de santo fazem
diferentes passeios e quais são as suas experiências. Para isso, além de recorrer a uma bibliografia
inicial, entrevistamos alguns sacerdotes do batuque sobre como eles realizam o passeio e por que e quando o
ritual ocorre. Essa é uma pesquisa que se desenrolou em um ano de iniciação científica e que, agora, no
mestrado, queremos ampliar para todo o passeio, além do Santuário do Rosário.
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