Apresentação Oral em Grupo de Trabalho
GT 001: A produção de conhecimentos em situações de conflito
camponeses amazônicos e cocaleros na Amazônia andina.
As e os camponeses cocaleros da amazônia andina colombiana constroem conhecimento em um contexto adverso: fronteira agrícola em expansão, apropiação de terras, mineração e ações militares derivadas da política antidrogas. A partir de um trabalho de doutorado junto a produtores de folha de coca para a cocaína argumento que estas pessoas são grandes estudosos das formas locais do estado e produtores de análises para elaborar propostas para reformar a política antidrogas. Essas trajetórias que já somam quase trinta anos de experiência se discute sobre terra, cuidado da vida "de todas as formas de vida" na Amazônia, àgua, coca, cocaína e cidadanía. Assim expanden noções estatais, empresariais, das ONG e do sistema ONU e da academia, ajustando-as à esse contexto e às projeções que elas e eles tem desenhado para o futuro individual, coletivo e da selva.
À pergunta pela natureza da configuração regional do estado (Chaves, 2011) e dada a importância que atualmente cobra a pesquisa sobre urbanização e dinâmicas de conflito armado na Amazônia, esta pesquisa responde a partir do olhar do camponês amazônico produtor de folha de coca e pasta básica de cocaína. Frequentemente ignorado nas anâlises sobre a região -ou vistos, erradamente, como destrutores da floresta-, apesar de ser un dos agentes de grandes transformações e necessárias discussões sobre o que é e como viver na Amazônia.
Para compreender essas perspectivas vou trazer à discussão o trabalho feito por estes agentes no contexto do mais recente programa de substituição de cultivos de uso ilícito, implementado na Colômbia, o PNIS. Controvérsias nas reuniões, documentos produzidos e participação em consultas governamentais sobre a política antidrogas, e específicamente os programas de substituição, serão o mateiral empírico a partir do qual responderei à pergunta central: quais são as contribuiçãoes das e dos camponeses cocaleros putumayenses à construção de lugares para viver bem na Amazônia andina colombiana no meio da situação de conflito armado e narcotráfico que se vive no país?
© 2024 Anais da 34ª Reunião Brasileira de Antropologia - 34RBA
Associação Brasileira de Antropologia - ABA