Apresentação Oral em Grupo de Trabalho
GT 042: Desafios dos estudos ciganos no campo da Antropologia: questões de método e novas demandas políticas
Quando os ciganos procuram o antropólogo: notas etnográficas sobre interações nos bastidores do ativismo político
Nesta comunicação, busco refletir sobre as relações de proximidade construídas, ao longo de muitos anos, com pioneiros do ativismo cigano no Brasil, analisando uma série de demandas a mim dirigidas como antropólogo e considerando o modo como tais interações se desenrolam nos bastidores do ativismo político e das mobilizações ao poder público, produzindo intensa interlocução e múltiplos efeitos. A partir de distintas experiências deflagradas por novas políticas de reconhecimento dos ciganos no Brasil, iniciadas com a primeira celebração oficial do Dia Nacional do Cigano em 24 de maio de 2007, até a tramitação em curso no Congresso Nacional do projeto que cria o Estatuto dos Ciganos (PL n. 1387/2022), levando em ambos os casos a concepções e valores bastantes divergentes entre os próprios ativistas, pretende-se aqui discutir o caráter estratégico das diversas demandas dirigidas ao antropólogo e as reiteradas expectativas de seus interlocutores integrantes do movimento nacional cigano. Assim, pretende-se considerar o quadro de relações de amizade e proximidade construídas e seus desdobramentos entre gerações, diante dos renovados interesses de pesquisa e também do papel acadêmico e profissional desempenhado pelo antropólogo na cena pública.
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