ISBN: 978-65-87289-36-6 | Redes sociais da ABA:
Apresentação Oral em Grupo de Trabalho
GT 037: Corpo, reprodução e moralidades: disputas de direitos e resistência à onda conservadora
Aborto e ativismo: o uso das mídias digitais e redes sociais para pautar estratégias morais de acesso ao aborto no Brasil.
O avanço do conservadorismo no Brasil cerceia debates públicos de gênero, direitos sexuais e reprodutivos e dos movimentos LGBT. Nos espaços das mídias digitais e redes sociais, crescem polarizações e divergências, pelos grupos pró vida”, de um lado, que são contra o aborto, utilizando estratégias de pânico moral para pautar o aborto legal e ilegal no Brasil. De um outro, temos os pró aborto”, que lutam para que as mulheres tenham autonomia para decidir sobre o seu próprio corpo, ter acesso ao aborto legal garantido pela lei, e que o aborto seja descriminalizado e legalizado no Brasil. Ambos movimentos, utilizam das mídias digitais e redes sociais para divulgação e compartilhamento sobre o aborto. Porém, evidenciamos que os movimentos a favor do aborto utilizam métodos com base na ciência e na garantia do acesso aos direitos das mulheres, que compreendem, o acesso ao aborto legal sem estigmas e com segurança. Com base nisso, o ativismo digital a favor do aborto se fortaleceu e formou redes com ativistas na causa do acesso ao aborto legal e ilegal. Buscando ajudar as mulheres a acessarem ao aborto de maneira segura e confiável. Tentando mediar o acesso frente a omissão do Estado ao aborto legal. Usando as mídias como ferramentas para ajudar as mulheres a conseguirem realizar o aborto legal. Essas redes utilizam técnicas de compartilhamentos, publicações e campanhas para falar do aborto com base em dados científicos e que consigam chegar as mulheres do Brasil, como de todo o mundo. Diante disso, a questão central desse trabalho é entender como essas redes utilizam de estratégias morais para pautar a descriminalização do aborto no Brasil. Partindo do pressuposto, que esses sites e redes são performativos, já que oferecem uma estrutura conectiva que as conduz na rede, mostrando suas sociabilidades e moralidades. Essa rede ela envia pílulas abortivas, como compartilha notícias, atualizações sobre o aborto cientificamente respaldado, e ajuda as mulheres a realizarem o aborto medicamentoso seguro via telemedicina. Compreendendo que essa rede se alia as outras via Twitter, Instagram para pautar o aborto legal e ilegal de forma segura. Com base nos relatos produzidos pelas mulheres nessa rede, serão analisadas as experiências sobre o aborto, repertórios e negociações que essas mulheres buscaram para realizarem o aborto, e como essa rede utiliza de estratégias morais para debater o aborto nas mídias digitais e redes sociais.