Apresentação Oral em Grupo de Trabalho
GT 035: Cidades e citadinidades: questões de Antropologia Urbana
Cidades travestis: a relação corpo e cidade na produção da urbe
Esta comunicação está atrelada à proposta de projeto de pós doutorada que visa contribuir com o campo de estudos da antropologia urbana desde as epistemologias travestis. Trata-se de um desdobramento da pesquisa de doutorado que constatou os deslocamentos realizados por travestis que atuam nos mercados do sexo como uma forma de estar no mundo. O objetivo geral é investigar como e qual cidade é criada por essas travestis em constante deslocamento, destacando a relação entre o corpo e a cidade. O referencial teórico inclui tanto a produção de intelectuais travestis presentes em espaços acadêmicos quanto as interlocutoras com as quais mantive contato durante o trabalho de campo. Isso se junta à proposta de antropologia da cidade que considera as relações, contextos e práticas dos citadinos para a construção da cidade, negando a urbe como um espaço dado, aprioristicamente, natural e inato. Para tanto pretende-se fazer uso dos materiais levantados durante as etnografias já realizadas para os trabalhos de mestrado (Rodrigues, 2015) e doutorado (Rodrigues, 2020), utilizando a noção de memória outra (Toledo, 2019) e de uma antropologia ex post facto (Machado, 2019). Também se propõe a considerar as expressões travestis como provedoras de sentido (Wagner, 2012). Espera-se contribuir com a produção de conhecimento sobre as práticas das pessoas na construção das cidades, a dinâmica e a influência dos deslocamentos na criação da cidade, os conhecimentos produzidos pelos corpos que vivem e produzem as cidades, as epistemologias produzidas nesses contextos e uma antropologia da cidade produzida por saberes não hegemônicos.
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