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Apresentação Oral em Grupo de Trabalho
GT 024: Antropologia e Turismo: transversalidades, conflitos e mudanças
Reflexões sobre os Mayas de Yucatán e o complexo turístico da Riviera Maya - turismo, territorialidade e culturas em conflito.
Nossa intenção é apresentar, brevemente, o complexo turístico na região da Riviera Maya, região de Cancun - México, em que a população nativa maya é ao mesmo tempo empregada dos grandes projetos de turismo como também foco de um turismo mágico de volta ao mundo dos mayas antigos, imaginário perpetuado pelo próprio turismo arqueológicos nas ruinas mayas. Neste sentido, a Riviera maya apresenta vários elementos para a análise em que se mesclam a exploração capitalista, idealização do mundo maya antigo e as possibilidades de gestão do turismo das próprias comunidades mayas. Não deixar de denunciar a exploração submetida pela população maya, mas também estamos interessados possibilidades de compreensão e gestão, fruto das interações entre comunidades locais, agentes turísticos e turistas. Acreditamos que o turismo é também uma das manifestações da modernidade. O turismo não é apenas uma das suas facetas em que se manifesta o capitalismo e o seu projeto de modernidade e uma importante fonte de recursos económicos para o Estado-nação, especialmente nos países em desenvolvimento e também para as comunidades nele envolvidas. No México, é a terceira maior fonte de renda do Estado, e Cancún é o circuito global de turismo de praia e sol de maior sucesso na América Latina. Tal como estou interessado nas comunidades locais envolvidas e na sua relação com o turismo, estamos interessados precisamente nas comunidades locais envolvidas no turismo arqueológico. O fascínio exercido pelos sítios arqueológicos é anterior à própria constituição do campo do turismo. E como o nosso foco seria justamente o turismo arqueológico, que é justamente o que tem origem no próprio colonialismo. A proposta é apresentar todos estes fenômenos e colocar algumas questões no sentido de que um grande complexo turístico como a da Riviera Maya pode ser também palco da apropriação do próprio patrimônio e gestão do turismo ou será somente produto da expropriação cultural maya e exploração do trabalho subqualificado.