Apresentação Oral em Grupo de Trabalho
GT 027: Antropologias da Paisagem: Conhecimentos, Relações e Políticas Multiespécie
Etnografia multi-especie com a paisagem no cerrado do sudoeste piauiense no município de santa Filomena.
A partir do contexto do cerrado no sudoeste piauiense, no recorte da comunidade Indígena Gamela do Vão do Vico e do povoado Matas Localizados no município de Santa Filomena a presente pesquisa etnográfica, possui como pano de fundo a antropologia da paisagem. Por paisagem entendemos um emaranhado de vidas humanas e outras que humanas e topografias que são construídas a partir de encontros e dinâmicas dos humanos e outros que humanos com o meio a sua volta. Tendo em conta que o sudoeste do Piauí, vem enfrentando uma investida do agronegócio nas últimas décadas, nos interessamos nas mudanças e permanências paisagística no contexto do cerrado piauiense habitado por povos tradicionais entre eles o povo indígena Gamela. Os indígenas Gamela vivenciam a paisagem a partir dos brejos, serras, lagoas, roçados etc. na experiência com o território há a construção de diversas formas de interação entre humanos e outros que humanos. Nossa pesquisa em andamento no doutorado de Antropologia Social na UFRN, se baseia no questionamento de como antropólogos podem apreciar paisagens diferentemente de outras áreas temáticas que veem o cerrado como bioma produtivo, como berço das águas, como impulsionador de mercado, ou apenas como bioma multiverso. Nossa proposta metodológica gira em torno do viver com as pessoas na paisagem para assim compartilhar com elas do seu modo de vida. No desenvolvimento da pesquisa estaremos atenta as escutas sensoriais, ou seja, no andamento da etnografia estaremos atentas aos cheiros, sabores, texturas sons e sensações que permeiam a experiencia de estar na paisagem. Nos apropriamos de conceitos e reflexões de Anna Tsing (2015, 2019), Tim Ingold (2011, 2015, 2017), Davi Kopenawa (2016), Eduardo Konh (2013) entre outros autores para embasar a nossa pesquisa. Em suma a pesquisa pretende se estender a partir da antropologia, como as pessoas vivenciam seus territórios e como constroem sociabilidades muiltiéspecie no bioma do cerrado piauiense.
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