ISBN: 978-65-87289-36-6 | Redes sociais da ABA:
Apresentação Oral em Grupo de Trabalho
GT 006: Antropologia audiovisual com fotografias e filmes: da película ao digital
Devolver, compartilhar ou restituir? Entre fluxos de colecionamento de imagens e a construção de narrativas etnofotográficas no litoral norte da Paraíba
Este estudo etnográfico busca investigar as práticas e fluxos de colecionamento de imagens em Rio Tinto - PB, uma cidade universitária, localizada no litoral norte da Paraíba, marcada por uma ancestralidade fabril e indígena. Partindo da perspectiva do Grupo de Pesquisa Antropologia Visual, Artes, Etnografias e Documentários (AVAEDOC), vinculado ao Laboratório de Antropologia Visual da Universidade Federal da Paraíba (ARANDU), nosso objetivo é compreender as múltiplas racionalidades e subjetividades envolvidas no processo de constituição e divulgação de acervos fotográficos de interesse antropológico, tanto públicos quanto privados. Ao mapear os fluxos de colecionamento de imagens, buscamos realizar uma cartografia colaborativa e identificar as redes de colecionadores de imagens locais, investigando como seus acervos visuais são formados, mantidos e compartilhados ao longo do tempo. Além disso, abordaremos as reverberações sensíveis e políticas dessas práticas colecionistas quando associadas à construção de narrativas visuais emergentes em Rio Tinto - PB, reconhecendo a vivacidade desses acervos fotográficos e a multiplicidade de usos e sentidos atribuídos a essas imagens, por diferentes detentores, tais como memorialistas locais, antigos fotógrafos da região, operários aposentados da Companhia de Tecidos Rio Tinto (CTRT) e seus descendentes, entre outros narradores. Ademais, discutimos como as práticas de devolução, compartilhamento e restituição de imagens, no formato de exposições etnofotográficas, legitimam o ato da curadoria compartilhada como uma estratégia dialógica, criativa, ética e responsável, de produção e divulgação científica em Antropologia Visual. Isso nos permite reconsiderar criticamente as tradicionais lógicas de acervo, salvaguarda e expografia etnográficos, assim como refletir sobre o papel do antropólogo nesse contexto.