Apresentação Oral em Grupo de Trabalho
GT 086: Povos indígenas e experiências de construções biográficas
MA’E UHUA’U IAPO PYR: modos indígenas de compor projetos
Este trabalho realiza uma etnografia em relação aos modos indígenas do povo Tentehar, falantes de uma variante do Tupi-Guarani (RODRIGUES, 1986), de conceber práticas segundo a concepção de ma’e uhua’u iapo pyr, que envolvem estratégias produzidas na relação com empreendimentos econômicos vinculados ao agronegócio e extrativismo mineral e vegetal complexificados como projetos dos karaiw. Partindo de uma experiência de pesquisa anterior na cidade maranhense de Imperatriz, junto a indígenas Tentehar, a pesquisa foi desenvolvida a partir dos discursos de interlocutores provenientes das Terras Indígenas (TI) Araribóia, Rio Pindaré e Cana Brava/Guajajara, que vêm experimentando nas últimas décadas uma série de transformações econômicas, que põem em xeque a preservação daquilo que esse povo considera importante para gerar uma “boa vida” visando a preservação da biodiversidade, humana e não humana, das terras onde vivem constituídas, em grande parte, pela floresta amazônica. Para tanto, enfocamos o ma’e uhua’u iapo pyr, uma concepção produzida pelos Tentehar através das relações entre produção de conhecimentos apreendidos nas suas relações com os karaiw – não indígenas – e outras alteridades (outros indígenas, “não-humanos”, etc.) para lidar com os impactos ocasionados pelos projetos dos karaiw.
© 2024 Anais da 34ª Reunião Brasileira de Antropologia - 34RBA
Associação Brasileira de Antropologia - ABA