Apresentação Oral em Grupo de Trabalho
GT 024: Antropologia e Turismo: transversalidades, conflitos e mudanças
Turismo e imaginário colonial no contexto brasileiro: Reflexões decoloniais
Na perspectiva de uma interface entre antropologia e turismo, propõe-se pensar a atividade turística a partir de uma perspectiva simbólica e de produção e/ou reprodução de desigualdades sociais. Um dos elementos mais importantes para a atividade turística é justamente a capacidade de manipulação do imaginário, que pode se dar de inúmeras formas. E no caso do Brasil, um país com uma forte herança colonial e escravocrata, não é raro que sejam encontradas emulações locais que remetam direta ou indiretamente à sujeição racial e/ou de gênero, inclusive porque é condição da própria atividade turística a existência de relações assimétricas e transitórias entre os que servem e os que são servidos. Partindo de uma perspectiva decolonial, objetiva-se delinear a produção deste imaginário turístico que afeta diretamente as relações entre turistas e locais, tomando como central o referencial teórico-conceitual da imagem de controle. Estas reflexões poderão contribuir para pensar de que modo a atividade turística vem produzindo e reconfigurando sentidos sociais, tanto no espaço do emissivo quanto no receptivo, na medida em que reforça diferenças, estereótipos e relações assimétricas de poder. E ressaltar a necessidade de evitar armadilhas de discursos únicos montados para satisfação dos operadores turísticos, privilegiando, metodologicamente, um quadro interpretativo polifônico e multifoliado.
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