Apresentação Oral em Grupo de Trabalho
GT 086: Povos indígenas e experiências de construções biográficas
Um personagem histórico e múltiplas representações
Um menino Bororo foi adotado por uma dama da alta sociedade, na Corte Imperial no Rio de Janeiro, na
década de 1880. Em um trabalho anterior, eu havia discutido a complexa relação de adoção instituída,
considerando que o indígena foi efetivamente integrado à família como filho e sucessor. O que pretendo aqui
explorar é algo bem distinto: como foram construídas os múltiplos registros sobre esta criança. AS
fotografias feitas por Marc Ferrez retratam o menino sozinho ou em companhia de outros indígenas; uma tela,
feito por pintor anônimo e depositada no Museu Nacional, o caracteriza como um gentleman; cartões postais e
cartões de visita reaproveitam a sua imagem com finalidades diversas. Rompendo com qualquer pretensão de
autenticidade, a pesquisa procura refletir sobre os Bororo e a sociedade brasileira dessa época.
© 2024 Anais da 34ª Reunião Brasileira de Antropologia - 34RBA
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