Apresentação Oral em Grupo de Trabalho
GT 027: Antropologias da Paisagem: Conhecimentos, Relações e Políticas Multiespécie
Teia de conexões: explorando a intersecção da paisagem visível e invisível no Território Taquaritiua do povo Akroá-Gamella
Este itinerário de reflexão busca apresentar o Território Taquaritiua, um espaço rico em história e significado, onde reside o povo Akroá-gamella e uma miríade de outros seres invisíveis, localizado na vasta e diversificada paisagem da baixada maranhense. Trata-se de um cenário multifacetado e multidimensional, cujas camadas de significado transcendem a mera geografia física. Habitado por seres invisíveis conhecidos como seres encantados, bem como por outros seres relacionados à caça, este território é uma é teia de conexão com vários seres. Os seres encantados, entidades que permeiam as narrativas tradicionais, são figuras ancestrais que remontam aos tempos imemoriais, quando se diz que habitavam a região antes mesmo da chegada dos seres humanos.
Os encantados são presentes na vida cotidiana dos Akroá-gamella, sendo relacionados como protetores espirituais e donos do território. Suas casas, conhecidas como moradas, são consideradas locais sagrados pelos indígenas, espaços onde o mundo visível se entrelaça com o mundo invisível e nos permite conhecer essa paisagem multidimensional. Esta paisagem multifacetada e rica em diversidade biológica é de suma importância para os Akroá-gamella, pois além de abrigar os encantados e suas moradas, estabelecem uma uma conexão profunda entre o povo e o ambiente que os cerca, influenciando na construção desse corpo-território. Essa relação associativa se manifesta não apenas nas práticas cotidianas dos indígenas, mas também em suas estratégias políticas e de resistência no território.
© 2024 Anais da 34ª Reunião Brasileira de Antropologia - 34RBA
Associação Brasileira de Antropologia - ABA