Apresentação Oral em Grupo de Trabalho
GT 008: Antropologia da Arte
Entre o oficio e a prática: curadoria, o que é, o que é?
O presente trabalho está inserido no campo da antropologia da arte, com objetivo de elaborar uma discussão sobre os ofícios da curadoria, suas tramas, e suas escolhas, partindo dos conceitos de contra colonial, decolonialidade, fabulação especulativa e ficção visionária. Pensar a curadoria por essas perspectivas é propor um fazer curatorial que produz novos repertórios de imaginários, imagens, narrativas, paisagens e sons que fujam das prisões coloniais hegemônicas. É produzir um conhecimento curatorial que consiga fazer modificações nas estruturas institucionais e estéticas - é criar trâmites que possibilitem uma articulação tanto no campo teórico, como na prática, buscando-se um desmonte nas práticas coloniais hegemônicas que ainda persistem dentro do sistema artístico artístico - cultural, político e estético. A cada curadoria elaborada, é possível evocar imagens, sons, textos e obras que manifestam aspectos, sentidos e memórias que em um determinado momento foram tornadas ausentes. Além disso, a pesquisa pensa a curadoria enquanto um espaço de autorização, ou seja, atuar enquanto curador é autorizar e decidir o que deve ser preservado e visto. Diante disso, a curadoria contemporânea de festivais e museus tem se caracterizado pela sua capacidade de legitimação, ou seja, é possível enxergar, a partir dela, como se organizam as relações de poder tanto no campo estético quanto a nível institucional. Nesse sentido, também será incorporada uma discussão das seleções/escolhas de obras e bens culturais, já que pelos os museus e festivais não são uma escolha ingênua, mas sim resultado de uma disputa política.