Apresentação Oral em Grupo de Trabalho
GT 005: Antropoceno, Colonialismo e Agriculturas: resistências indígenas, quilombolas e camponesas diante das mutações climáticas
Quando a Caatinga nos convoca
Este texto se elabora a partir do encontro de duas pesquisadoras indígenas em Retomada, da área de antropologia e comunicação social, convocadas pela sua ancestralidade/espiritualidade a pensar com a Caatinga. A pesquisa e as pesquisadoras estão situadas no Ceará, lugar no qual este bioma é dominante, vindas de extremos diferentes - uma criada na capital, litoral, outra na ponta do Estado, no Crato-Cariri, onde se abriga a Floresta Nacional do Araripe - suas trajetórias se encontram nos sonhos/ações de vida e acadêmicas, que buscam técnicas e mecanismos para confluir em favor da Terra. Deste modo, numa perspectiva antropológica multiespécie, refletimos como a Caatinga está atrelada às formas de resistência no Nordeste, em especial no Cariri-CE. Fazemos isso, a partir dos arquivos do boletim "O Candeeiro", elaborado pelas organizações agroecológicas deste território. As narrativas do boletim nos contam sobre os modos de vida do/no campo, a partir das perspectivas de seus especialistas, usualmente chamados de agricultoras/es familiares. Para pensar este trabalho, fazemos alianças com pensadores indígenas e quilombolas, como Antônio Bispo e Casé Angatu. Considera-se assim, que a(s) Caatinga(s) para além de um bioma, é também uma forma de estar no mundo, que se liga às formas de (re)existências caatingueiras e evidenciam as relações multiespécies dos povos indígenas com o Semiárido.
© 2024 Anais da 34ª Reunião Brasileira de Antropologia - 34RBA
Associação Brasileira de Antropologia - ABA