Apresentação Oral em Grupo de Trabalho
GT 062: Fronteiras e fabulações: antropologias especulativas e experimentos etnográficos
Uma autoetnografia misturada: trajetórias de telespectadoras negras na década de 90 em Viçosa,AL.
Esta proposta de trabalho refere-se ao segundo capítulo da minha dissertação de mestrado defendida na
Universidade Federal de Alagoas (UFAL), intitulado "Um Deboche Autoetnográfico: Uma Análise sobre Redes de
Transição Capilar em Viçosa-AL". Na construção de um trabalho antropológico sobre racismo cotidiano, não
consegui descrever exclusivamente as experiências das interlocutoras, como estava planejado inicialmente,
pois, à medida que escutava os relatos das mulheres negras viçosenses, era completamente atravessada e
relembrava minha própria trajetória de vida. Porém, também não conseguia escrever exclusivamente sobre
minhas vivências. Então, resolvi abordar a interseção entre "Eu + elas = nós", buscando seguir adiante.
Nesse sentido, apresento uma autoetnografia "misturada". Descrevo meu sonho de infância, como telespectadora
que era, de rebolar minha bunda, inspirada na Valeria Valença, além de detalhar práticas racistas que sofri
na escola. Integro à narrativa as experiências das interlocutoras, como o caso da trajetória de Marcilene ao
tornar-se a primeira mulher negra a ser Miss Alagoas. Para essa "mistura", me inspirei na Escrevivência de
Conceição Evaristo, nas leituras de Chimamanda Adichie e busquei compreender nossos sonhos de infância
através do conceito de representação de Stuart Hall.
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