ISBN: 978-65-87289-36-6 | Redes sociais da ABA:
Apresentação Oral em Grupo de Trabalho
GT 024: Antropologia e Turismo: transversalidades, conflitos e mudanças
Sistemas alimentares, populações tradicionais e projetos de desenvolvimento no estado do Rio de Janeiro
Uso Público é o termo que define a gestão de visitação em Unidades de Conservação (UC). Nesse sentido, abrange o planejamento, a implementação de diferentes formas de visitação e seu monitoramento. Dentro dos limites de Parques Estaduais, Reservas Ecológicas, Áreas de Proteção Ambiental entre outros tipos de UCs, são atualmente incentivadas atividades inerentes ao denominado uso público objetivando primordialmente as que relacionam recreação com o contato com a natureza; as que fomentam educação e esportes e; o ecoturismo. Desta forma, o uso público insere-se em uma política pública, cujas diretrizes estão contidas no documento intitulado Orientações Metodológicas para a Elaboração de Planos de Uso Público em Unidades de Conservação Federais produzido pelo Ministério do Meio Ambiente. No referido Documento, consta como VI diretriz: Promover a diversificação de oportunidades e experiências de visitação na UC. A promoção de diversificação de oportunidades e experiências de visitação em Unidades de Conservação estimulada pelos órgãos oficiais de meio ambiente, assenta-se, sobretudo, na inserção de aspectos culturais quer sejam esses de natureza material ou imaterial, na experiência de visitação. Assim sendo, o presente trabalho tem por objetivo apresentar e discutir como grupos culturais enquadrados sob a denominação de populações tradicionais que habitam tais territórios estão utilizando os movimentos de indução a visitação dar visibilidade as suas questões e, em especial, a garantia da legitimidade de sua permanência em tais territórios. Considerando que a proposta em tela está inserida em projeto de pesquisa voltado para análise das relações entre sistemas alimentares, populações tradicionais e projetos de desenvolvimento no estado do Rio de Janeiro, ainda em andamento, cabe destacar que apresentaremos resultados parciais de tal pesquisa e assim sendo, nos deteremos na apresentação de iniciativas elaboradas pelos agricultores orgânicos do Rio da Prata de Campo Grande e das pescadoras de Arraial do Cabo, no que tange ao uso de seus sistemas alimentares enquanto estratégia de diversificação das experiências de visitação construídas para turistas, sendo essas atreladas a um movimento de afirmação identitária.