Apresentação Oral em Grupo de Trabalho
GT 025: Antropologia(s) Contemporânea(s) e Sofrimento Psíquico
Da Antropologia à Psicanálise: Relato da conversão de um antropólogo ao mundo dos psicanalistas
A proposta de trabalho se baseia na trajetória pessoal do autor que, após o Doutorado em Antropologia, iniciou uma formação em Psicanálise em andamento. A entrada na Escola de Psicanálise no Rio de Janeiro no ano de 2019, associação com formação na abordagem lacaniana, proporcionou o encontro com o aparato epistemológico e conceitual de Freud e Lacan, e produziu nesta imersão a possibilidade de reflexão sobre as constantes interfaces entre os respectivos campos do saber. A noção de pessoa, a construção da alteridade, o registro do simbólico e a ética da diferença, - assim como a variação possível na balança entre a preponderância dos fenômenos socioculturais sobre os individuais ou, por outro lado, a tônica da subjetividade sobre o coletivo nos processos psíquicos do inconsciente -, marcaram a mediação conversiva do olhar antropológico até o desejo do analista. Nestas buscas pelas interlocuções possíveis entre Antropologia e Psicanálise, é importante ressaltar o diálogo no estudo de Freud Totem e Tabu (1913), sobre a gênese das sociedades e o parricídio, e as propagações das teses freudianas nas ciências sociais e as consequentes críticas a respeito de suas ideias em Bronislaw Malinowski; assim como a influência de Lévi-Strauss e a função simbólica no discurso lacaniano. Outrossim, há dois importantes autores que produziram Antropologia e Psicanálise com o mesmo rigor ao avançarem na construção de uma possível conjunção entre os dois campos: a Antropologia Psicanalítica do húngaro Géza Róheim (1891-1953) e a Etnopsicanálise do francês George Devereux (1908-1985).
© 2024 Anais da 34ª Reunião Brasileira de Antropologia - 34RBA
Associação Brasileira de Antropologia - ABA