ISBN: 978-65-87289-36-6 | Redes sociais da ABA:
Apresentação Oral em Grupo de Trabalho
GT 017: Antropologia dos Resíduos
Reciclagem para quem? Diálogos sobre atuação de catadores autônomos e políticas de inclusão em Belo Horizonte (MG)
Belo Horizonte é uma cidade conhecida historicamente pela trajetória de inclusão de catadores na política pública de gestão de resíduos e inclusão social de grupos organizados em cooperativas e associações de catadores (Jacobi & Teixeira, 1997; Dias, 2002). Diante da falta de políticas públicas e sistemas que possam incluir os catadores que não fazem parte de grupos organizados e se situam em uma zona de conflito constante. Este artigo tem como objetivo discutir os conflitos urbanos existentes no contexto da coleta de reciclagem nas ruas por catadores autônomos e apontar aspectos relacionados ao racismo ambiental vivenciado por esses trabalhadores. A atuação dos catadores de materiais recicláveis tem a rua como principal espaço de trabalho, tanto para aqueles que trabalham de forma independente quanto para os que fazem parte de organizações coletivas. É nesse espaço urbano que se estabelecem as interações, especialmente com a população local. Essa interação é característica da rua como local de convivência entre as pessoas nas cidades (Lefebvre, 1999). Os conflitos resultantes da atuação de catadores nas ruas se manifestam principalmente nas disputas entre catadores autônomos e em confrontos diretos com os residentes locais e também com o poder público. O estudo sobre os conflitos socioambientais urbanos que tange a atividade de catador de material reciclável na cidade de Belo Horizonte permitiu identificar estratégias para compreender os conflitos de forma mais aprofundada e buscar subsídios para fomentar novas políticas públicas para inclusão de catadores organizados e individuais. Palavras Chave: conflitos socioambientais, gestão de resíduos, racismo ambiental