Apresentação Oral em Grupo de Trabalho
GT 096: Sexualidade, gênero, raça e territorialidades: articulações, pertencimentos e direitos em disputa
A ação coletiva de evangélicos progressistas em defesa da democracia nas eleições de 2022
Esta comunicação investiga o papel dos "evangélicos progressistas" no Brasil contemporâneo,
especialmente sua participação nas disputas pelos sentidos de direitos humanos e de sujeitos de direitos em
diferentes campos. Por meio de um olhar etnográfico e revisão bibliográfica, o foco recai sobre a atuação do
coletivo Novas Narrativas Evangélicas durante as eleições de 2022. Nesse período, o grupo lançou uma "agenda
evangélica antifundamentalista", uma campanha digital contra a violência política nos ambientes eclesiais e
desenvolveu outras atividades com o intuito de demonstrar que nem todos os evangélicos são
fundamentalistas, o que, naquele contexto, significava não apoiar Jair Bolsonaro em sua busca pela
reeleição no cargo de presidente da República. O argumento é que esses atores adotam diversas estratégias
para conciliar sua afiliação religiosa com a defesa dos direitos humanos desde uma perspectiva política
progressista, especialmente em questões de gênero, sexualidade e raça, além de democracia e direitos
socioambientais. Ademais, a análise considera que a presença pública dos grupos religiosos
"fundamentalistas", marcada por conexões com a extrema-direita, também é um fator que contribuiu para a
emergência de grupos como o Novas Narrativas Evangélicas.
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