Apresentação Oral em Grupo de Trabalho
GT 015: Antropologia digital: experiências, transformações, desafios e dilemas
“Eu chorei quando a vi igreja com as portas fechadas - Fé e crise na pandemia.
As igrejas durante o período mais intenso da pandemia foram forçadas a se atualizarem. A inserção de um novo modo de comunicação produziu afetos e efeitos para além do incômodo que toda inovação pode trazer consigo. O presente trabalho analisa as interações online nos contextos de culto e estudos bíblicos de uma Igreja Batista na periferia da Baixada Fluminense, Rio de Janeiro, através das vídeo-chamadas na plataforma Google meet durante o período de restrição devido à pandemia de Covid. A adequação para o período de distanciamento social revelou-se um desafio para o exercício da fé, que tem nas tarefas realizadas coletivamente um parâmetro de unidade e demonstrativo de comunhão entre os membros e a divindade. Os ajustes forçosos devido ao contexto foram disparadores de reflexões relacionadas ao serviço cristão, lugar de culto como algo determinado, rígido e a fé. O texto analisa o espaço de culto como um lugar de construção de identidade, de memória e de vivência religiosa, assim como o impacto do afastamento ou impedimento de utilização desse local. Desta forma, este trabalho analisa os abalos das rápidas transformações impostas pela crise sanitária nos modos de conceber e exercer a espiritualidade desses evangélicos fluminenses.
Palavras-chave: religião mídias digitais - subjetividade
© 2024 Anais da 34ª Reunião Brasileira de Antropologia - 34RBA
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