Apresentação Oral em Grupo de Trabalho
GT 043: Desenvolvimento e conflitos socioambientais: práticas de apropriação territorial e alternativas transformadoras
Desigualdades na Transição Energética: Uma análise crítica através da Justiça Ambiental
A transição energética emerge como um imperativo global frente às mudanças
climáticas, focando na substituição de fontes de energia fósseis por alternativas renováveis e
sustentáveis. Contudo, este processo encerra complexidades significativas, especialmente
quando considerado através da perspectiva da justiça ambiental. Este artigo se debruça sobre
as desigualdades inerentes à transição energética em curso no Brasil, ressaltando como o
neoextrativismo e as atuais políticas climáticas podem reforçar ou intensificar injustiças
sociais e ambientais, em especial nas nações do Sul Global. Apesar da importância da
transição para energias renováveis na mitigação dos impactos das mudanças climáticas, é
crucial considerar as intrincadas dinâmicas socioeconômicas e os efeitos ambientais locais
para prevenir resultados que violem os princípios da justiça ambiental. Este trabalho conclui
que uma transição energética equitativa e inclusiva demanda uma revisão crítica das práticas
neoextrativistas e a formulação de políticas que respeitem e valorizem as necessidades,
direitos e conhecimentos das comunidades afetadas. Defende-se uma estratégia integrada
que harmonize os objetivos climáticos com os imperativos de justiça social, garantindo que
a transição energética favoreça a emergência de um futuro mais justo e sustentável.
Palavras-chave: Transição energética; Justiça ambiental; Neoextrativismo.
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