ISBN: 978-65-87289-36-6 | Redes sociais da ABA:
Apresentação Oral em Grupo de Trabalho
GT 076: Antropologia nos Museus: coleções etnográficas, detentores e artistas
Da multiplicidade de vozes em uma pesquisa colaborativa
Nesta comunicação pretendo disuctir a receptividade indigena a um projeto que tinha por interesse pesquisar objetos indígenas sulamericanos em um museu etnológico alemão (Museu 5 Kontinente de Munique) afim de fazer uma espécie de repatriação digital”. Trata-se de um museu etnológico fundado em 1862. A pesquisa se voltava para as coleções de um biólogo alemão, Ernst Fittkau, que morou três anos no Brasil e levantou vasta coleção de objetos indígenas. A ideia inicial era fazer um levantamento dos objetos coletados por Fittkau que fossem do interesse de alguns grupos indígenas que eu pretendia alcançar. A resposta indígena à abordagem demonstrou um interesse enorme e implicou em uma ampliação do foco (não mais apenas em Fittkau mas em toda a coleção) e demonstrou um interesse bastante profundo nos objetos que estavam ali armazenados. Nossa análise irá abordar a receptividade dos representantes indígenas e seu interesse nos acervos. Tal como mencionado por Glenn Penny (2021), a perspectiva indígena atual é muito mais próxima daquela que animava o espírito salvacionista dos primeiros museus alemães, segundo a visão de mundo que apregoava Adolf Bastian, o fundador do museu de etnologia de Berlim. A presença de numerosos objetos, ou objetos mais antigos salvaguardados em instituições incentiva os indígenas a buscar o que faziam seus antepassados. Bibliografia PENNY, Glenn. 2021 In Humboldt’s shadow : a tragic history of German ethnology. New Jersey : Princeton University Press