Apresentação Oral em Grupo de Trabalho
GT 076: Antropologia nos Museus: coleções etnográficas, detentores e artistas
Da multiplicidade de vozes em uma pesquisa colaborativa
Nesta comunicação pretendo disuctir a receptividade indigena a um projeto que tinha por interesse
pesquisar objetos indígenas sulamericanos em um museu etnológico alemão (Museu 5 Kontinente de Munique) afim
de fazer uma espécie de repatriação digital. Trata-se de um museu etnológico fundado em 1862. A pesquisa se
voltava para as coleções de um biólogo alemão, Ernst Fittkau, que morou três anos no Brasil e levantou vasta
coleção de objetos indígenas. A ideia inicial era fazer um levantamento dos objetos coletados por Fittkau
que fossem do interesse de alguns grupos indígenas que eu pretendia alcançar. A resposta indígena à
abordagem demonstrou um interesse enorme e implicou em uma ampliação do foco (não mais apenas em Fittkau mas
em toda a coleção) e demonstrou um interesse bastante profundo nos objetos que estavam ali armazenados.
Nossa análise irá abordar a receptividade dos representantes indígenas e seu interesse nos acervos. Tal como
mencionado por Glenn Penny (2021), a perspectiva indígena atual é muito mais próxima daquela que animava o
espírito salvacionista dos primeiros museus alemães, segundo a visão de mundo que apregoava Adolf Bastian, o
fundador do museu de etnologia de Berlim. A presença de numerosos objetos, ou objetos mais antigos
salvaguardados em instituições incentiva os indígenas a buscar o que faziam seus antepassados.
Bibliografia
PENNY, Glenn. 2021 In Humboldts shadow : a tragic history of German ethnology. New Jersey : Princeton
University Press
© 2024 Anais da 34ª Reunião Brasileira de Antropologia - 34RBA
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