ISBN: 978-65-87289-36-6 | Redes sociais da ABA:
Trabalho para SE - Simpósio Especial
SE 10: Democracias, conflitos e viradas autoritárias em contextos africanos
Egito: Ditaduras e Juventude – Revolução de 25 Janeiro em foco
Egito: Ditaduras e Juventude – Revolução de 25 Janeiro em foco Houda Blum Bakour As configurações políticas do Egito atual estão claramente estruturadas a partir de duas experiências importantes da história deste país. A primeira, e mais longa, diz respeito a todo o período de governos monárquicos, coloniais, militares, que se caracterizam por uma conduta ditatorial e opressiva, e a segunda experiência, apesar de muito curta, representou um grande marco na história política egípcia, ameaçando o ciclo de políticas perversas e antidemocráticas, e que eclodiu em 25 de Janeiro de 2011. Chamado por alguns de Revolução, por outros de Levante, o movimento protagonizado principalmente por coletivos de jovens egípcios através das mídias sociais, conseguiu mobilizar diferentes setores da sociedade civil em todo o país, e ao final de 18 dias (25 de janeiro – 11 de fevereiro), o então presidente no poder há 30 anos, Husni Mubarak, foi destituído. Este período histórico de levante popular se iniciou no Dia Nacional da Polícia (25 de janeiro) provocando uma sequencia de mobilizações populares e articulações políticas com diferentes desdobramentos, inclusive uma eleição, até o Golpe Militar de Abdel Fatah Al-Sissi em 2013 (até hoje no poder). Estes dias de efervescência política, principalmente no centro do Cairo e na Praça Tahrir (local central do movimento) permitiram novas e múltiplas formas de se viver o cotidiano, através de diferentes expressões. Nesta apresentação pretendo chamar a atenção para o protagonismo da juventude na chamada arte de rua como murais, shows e cinema improvisado, que se mostrou de grande importância na conscientização dos frequentadores e visitantes da praça, tentar compreender, passados 13 anos, em quais cenários é possível encontrar os ecos desta juventude engajada, uma vez que as violações de direitos e a brutalidade policial são legitimados pelo atual governo.